Tudo sobre a videotoracoscopia

Letícia Lauricella • December 18, 2025

A videotoracoscopia, também conhecida como cirurgia torácica vídeo-assistida (VATS – Video-Assisted Thoracoscopic Surgery), é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que revolucionou a abordagem de doenças do tórax.


Neste artigo, você vai entender como funciona a videotoracoscopia, quando ela é indicada, quais os principais benefícios e como é a recuperação.
Continue a leitura e tire suas dúvidas sobre esse importante recurso na medicina torácica.


O que é e quando é indicada a videotoracoscopia?


A videotoracoscopia é uma
técnica moderna e pouco invasiva que permite ao cirurgião acessar o interior do tórax sem precisar abrir completamente o esterno ou afastar as costelas. A cirurgia é feita por meio de pequenas incisões, por onde se introduz uma câmera de alta definição conectada a um aparelho chamado toracoscópio. Essa câmera transmite imagens em tempo real para um monitor, possibilitando uma visualização detalhada das estruturas internas, como os pulmões, a pleura, o mediastino e os linfonodos.


Esse procedimento pode ser usado
tanto para fins diagnósticos quanto terapêuticos e, por ser menos agressivo que a toracotomia tradicional (abertura ampla do tórax), tem sido cada vez mais adotado na prática médica.


Para que serve a videotoracoscopia?


A videotoracoscopia é indicada em diversas situações, incluindo doenças benignas e malignas. Ela pode ajudar tanto no diagnóstico de condições complexas quanto no tratamento cirúrgico de diversas alterações torácicas.


Usos diagnósticos:


  • Investigação de derrames pleurais sem causa definida
  • Avaliação de suspeita de câncer pulmonar ou pleural
  • Biópsia de nódulos pulmonares periféricos
  • Estudo de linfonodos aumentados no mediastino


Usos terapêuticos:


  • Remoção de nódulos ou massas pulmonares
  • Tratamento de pneumotórax espontâneo
  • Drenagem de empiema (acúmulo de pus na pleura)
  • Pleurodese em casos de derrames pleurais recorrentes
  • Ressecção de lesões do mediastino
  • Cirurgias pulmonares como segmentectomia ou lobectomia em casos selecionados de câncer


A escolha pela videotoracoscopia depende de fatores como a localização da lesão, a condição clínica do paciente e a experiência da equipe médica.


Como é feita a videotoracoscopia


O procedimento é realizado em ambiente
hospitalar, com o paciente sob anestesia geral. A intubação com tubo de duplo lúmen permite que apenas um dos pulmões seja ventilado durante a cirurgia, o que melhora a visualização e a movimentação dos instrumentos.


Etapas principais:


  1. O paciente é posicionado de lado, com o lado a ser operado voltado para cima
  2. São feitas pequenas incisões na parede torácica, por onde entram a câmera e os instrumentos cirúrgicos
  3. O pulmão do lado operado é colapsado ou insufla-se gás para ampliar o espaço de trabalho
  4. A equipe médica realiza o procedimento planejado (como biópsia, drenagem ou remoção de nódulo)
  5. Ao final, é colocado um dreno torácico para remover ar ou líquidos residuais e acompanhar a recuperação pulmonar


Vantagens da videotoracoscopia


Quando comparada à cirurgia aberta tradicional, a videotoracoscopia traz benefícios importantes para o paciente:


Menor agressão ao corpo


  • Incisões menores e menos traumáticas
  • Pós-operatório menos doloroso


Recuperação mais rápida


  • Tempo de internação reduzido (média de 1 a 4 dias)
  • Retorno precoce às atividades do dia a dia


Menor risco de complicações


  • Menor chance de infecções e sangramentos
  • Preservação da função pulmonar


Aspecto estético e emocional


  • Cicatrizes pequenas e discretas
  • Menor impacto psicológico


Esses benefícios tornam a videotoracoscopia uma opção preferencial sempre que indicada.


Contraindicações da videotoracoscopia


Embora a técnica seja bastante segura, nem todos os pacientes podem se beneficiar dela. Entre as situações que podem contraindicar o procedimento, estão:


  • Presença de muitas aderências dentro do tórax, geralmente por infecções anteriores ou cirurgias prévias
  • Instabilidade clínica ou hemodinâmica
  • Tumores centrais de difícil acesso por vídeo
  • Necessidade de cirurgias mais extensas que exigem visualização ampla e manipulação direta


Cada caso precisa ser
avaliado individualmente por uma equipe especializada.


Videotoracoscopia diagnóstica e terapêutica: Qual a diferença?


A mesma técnica pode ter dois objetivos diferentes, diagnóstico e tratamento, e muitas vezes ambos são realizados no mesmo procedimento.


Diagnóstica:


  • Realização de biópsias de tecidos pleurais, pulmonares ou mediastinais
  • Investigação de acúmulos de líquido ou massas no interior do tórax


Terapêutica:


  • Ressecção de tumores ou áreas inflamadas
  • Tratamento de empiema, pneumotórax ou derrames recorrentes


Essa versatilidade torna a videotoracoscopia uma ferramenta essencial na medicina torácica moderna.


Recuperação e cuidados após a videotoracoscopia


A recuperação costuma ser tranquila, com alta hospitalar em poucos dias. O
acompanhamento médico e alguns cuidados simples são fundamentais para garantir uma boa evolução.


Cuidados recomendados:


  • Início precoce da fisioterapia respiratória
  • Avaliação contínua do dreno torácico (geralmente retirado entre 1 e 3 dias)
  • Controle adequado da dor com analgésicos
  • Acompanhamento com o cirurgião para retirada de pontos e análise dos resultados


Em geral, o retorno às atividades habituais acontece em
até duas semanas.


Perguntas frequentes


  • O que é videotoracoscopia?

    A videotoracoscopia é uma cirurgia minimamente invasiva realizada no tórax com auxílio de uma câmera acoplada a um endoscópio, permitindo acesso preciso ao interior da cavidade torácica sem grandes cortes.


  • Para que serve a videotoracoscopia?

    Esse procedimento é utilizado tanto para diagnóstico quanto para tratamento de doenças pulmonares, pleurais e mediastinais, como biópsias, remoção de nódulos, drenagens e cirurgias pulmonares.


  • Como é feita a videotoracoscopia?

    Ela é realizada sob anestesia geral, com o paciente deitado de lado. São feitas pequenas incisões por onde entram a câmera e os instrumentos, permitindo ao cirurgião visualizar e tratar estruturas internas do tórax.


  • Quanto tempo dura a videotoracoscopia?

    A duração varia conforme o tipo de procedimento, mas geralmente leva entre 1 e 3 horas, considerando o preparo, a cirurgia e o tempo de despertar da anestesia.


  • Quais são os riscos da videotoracoscopia?

    Apesar de segura, como todo procedimento cirúrgico, pode apresentar riscos como sangramentos, infecção, dor pós-operatória e, em casos raros, complicações respiratórias ou necessidade de conversão para cirurgia aberta.


  • Qual a recuperação após videotoracoscopia?

    A recuperação costuma ser rápida. A maioria dos pacientes recebe alta entre 1 até 4 dias e pode retomar suas atividades habituais em cerca de 1 a 2 semanas, com acompanhamento médico.


  • A videotoracoscopia dói?

    A dor após a cirurgia tende a ser leve a moderada e controlada com analgésicos comuns. Como é minimamente invasiva, causa menos desconforto do que a cirurgia torácica convencional.


  • A videotoracoscopia deixa cicatriz?

    Sim, mas são pequenas e discretas. Normalmente, três incisões com menos de 2 cm cada, o que reduz o impacto estético e contribui para uma melhor recuperação.


  • Quem pode fazer videotoracoscopia?

    Pacientes com indicação médica para diagnóstico ou tratamento de doenças torácicas, que estejam clinicamente estáveis e com função pulmonar adequada, podem ser candidatos ao procedimento.


  • Qual a diferença entre videotoracoscopia e cirurgia aberta?

    A videotoracoscopia é menos invasiva, tem menor tempo de recuperação, menor dor pós-operatória e risco reduzido de complicações quando comparada à toracotomia, que exige abertura ampla do tórax.


  • A videotoracoscopia pode ser usada para avaliar linfonodos no mediastino?

    Sim, o procedimento permite o acesso e a retirada de linfonodos mediastinais para análise, sendo essencial na investigação de câncer de pulmão e outras doenças torácicas.


  • É possível tratar o derrame pleural maligno por videotoracoscopia?

    Sim, a técnica é indicada tanto para diagnosticar quanto para tratar derrames pleurais, inclusive com realização de pleurodese para evitar a recorrência do acúmulo de líquido.


  • O que acontece se a videotoracoscopia não for suficiente para resolver o problema?

    O procedimento pode ser convertido para uma cirurgia aberta (toracotomia) se houver necessidade de maior acesso ou se surgirem complicações intraoperatórias.


  • Quanto tempo o dreno torácico permanece após a videotoracoscopia?

    Geralmente, o dreno permanece de 1 a 3 dias após o procedimento, dependendo do volume de drenagem e da recuperação pulmonar do paciente.


  • Existe risco de colapso pulmonar após a videotoracoscopia?

    Sim, especialmente nos casos em que o pulmão não reexpande adequadamente após o procedimento, mas é uma situação monitorada e tratável durante a internação.


  • A videotoracoscopia interfere na função pulmonar a longo prazo?

    Na maioria dos casos, não. Por ser menos invasiva, preserva a estrutura e a função pulmonar, sendo preferida em pacientes com função respiratória já comprometida.


  • É possível realizar a videotoracoscopia em pessoas idosas ou com doenças crônicas?

    Sim, desde que haja avaliação cuidadosa da condição clínica. A menor agressividade do procedimento torna-o viável para pacientes com mais risco cirúrgico.


  • A videotoracoscopia permite tratar câncer de pulmão em estágio inicial?

    Sim, em casos selecionados, é possível realizar ressecções como segmentectomia ou lobectomia por videotoracoscopia com bons resultados oncológicos.



Cirurgia torácica em São Paulo | Dra. Letícia Lauricella


A videotoracoscopia representa um avanço importante na cirurgia torácica, permitindo tratamentos mais seguros, menos invasivos e com melhor recuperação. Sua aplicação vai muito além de uma técnica moderna: é uma alternativa confiável e eficaz para quem precisa investigar ou tratar doenças do pulmão e da pleura. Caso você ou alguém próximo esteja enfrentando sintomas respiratórios persistentes ou tenha sido indicado para cirurgia torácica, vale a pena conversar com um especialista sobre essa possibilidade.


Você já tinha ouvido falar da videotoracoscopia antes?


Se você está em busca de um especialista em cirurgia torácica, sou a
Dra. Leticia Lauricella, formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e especialista em Cirurgia Torácica pela  Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Sou membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT) e proctor de cirurgia torácica robótica no Einstein Hospital Israelita. Atuo em hospitais em São Paulo e tenho como objetivo oferecer aos meus pacientes as opções mais avançadas e eficazes de tratamento, ao mesmo tempo em que busco contribuir para o avanço da ciência médica por meio da pesquisa. Para mais informações navegue no site ou para agendar uma consulta clique aqui.


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