Pneumoplastia no tratamento de enfisema pulmonar

Letícia Lauricella • December 5, 2025

O enfisema pulmonar é uma doença crônica que compromete de forma progressiva a função respiratória, causando falta de ar, cansaço e limitação nas atividades do dia a dia. Nos últimos anos, avanços na medicina trouxeram alternativas menos invasivas para melhorar a qualidade de vida desses pacientes, entre elas a pneumoplastia. Esse procedimento busca reduzir o volume pulmonar de áreas gravemente danificadas, permitindo que as partes saudáveis do pulmão funcionem melhor.


Ao longo deste artigo, você entenderá como funciona a pneumoplastia, quando ela é indicada, quais são seus benefícios e quais cuidados são necessários antes e após o tratamento.
Continue a leitura e entenda mais sobre esse assunto.


O que é a pneumoplastia?


A pneumoplastia é um procedimento indicado para pacientes com enfisema pulmonar avançado, com o objetivo de
reduzir o volume das áreas mais comprometidas do pulmão. Ao remover ou inativar as regiões destruídas pela doença, cria-se mais espaço para que a parte saudável do pulmão se expanda, melhorando a respiração e diminuindo sintomas como a falta de ar.


Diferente das cirurgias tradicionais, a pneumoplastia
pode ser realizada por via endoscópica, sem cortes grandes, utilizando dispositivos como válvulas endobrônquicas.. Essa forma minimamente invasiva tende a oferecer menor risco, recuperação mais rápida e tempo reduzido de internação hospitalar.


Como o enfisema pulmonar compromete a respiração


O enfisema é um tipo de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) que provoca a
destruição dos alvéolos, pequenas estruturas responsáveis pela troca de oxigênio e gás carbônico. Quando eles se rompem, a capacidade de eliminação do ar diminui e parte desse ar fica retida nos pulmões.


Esse acúmulo provoca:


  • Dificuldade para expirar completamente o ar;
  • Aumento do volume pulmonar, que comprime o diafragma e dificulta o trabalho dos músculos respiratórios;
  • Falta de ar constante, até mesmo em repouso ou durante atividades leves.


O enfisema está geralmente relacionado ao tabagismo, mas também pode ter causas genéticas ou resultar da exposição prolongada a poluentes.


Tipos de pneumoplastia


A escolha da técnica depende da
condição clínica e do grau de comprometimento pulmonar. Entre as opções estão:


Pneumoplastia endoscópica com válvulas unidirecionais


Pequenas válvulas são posicionadas nos brônquios para
permitir a saída do ar preso, impedindo que ele volte a entrar na área comprometida. Isso reduz o hiperinsuflamento e melhora a função pulmonar.



Pneumoplastia cirúrgica (redução de volume pulmonar)


Envolve a
retirada cirúrgica das partes mais comprometidas do pulmão. É mais invasiva e geralmente reservada para casos específicos, sendo realizada em centros especializados.


Quando a pneumoplastia é indicada


O procedimento é considerado para pacientes que, mesmo após tratamento clínico otimizado, ainda apresentam:


  • Falta de ar intensa e dificuldade para realizar atividades diárias;
  • Exames indicando áreas pulmonares destruídas e hiperinsufladas;
  • Função pulmonar suficiente para suportar o procedimento.


A avaliação e a indicação devem ser feitas por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir cirurgiões torácicos, pneumologistas e fisioterapeutas respiratórios.


Benefícios da pneumoplastia


Os resultados podem variar, mas estudos mostram benefícios importantes, como:


Melhora da capacidade respiratória:
menos ar retido e maior eficiência na ventilação;

Mais tolerância ao exercício: aumento da resistência física no dia a dia;

Melhora da qualidade de vida: menos fadiga e redução da sensação de sufocamento;

Recuperação mais rápida: especialmente nas abordagens endoscópicas.


Pesquisas mostram que pacientes submetidos à pneumoplastia endoscópica com válvulas apresentaram ganhos no volume expiratório forçado (VEF1) e na distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos.


Cuidados antes e depois da pneumoplastia


Antes do procedimento, é essencial passar por:


  • Avaliação clínica e de função pulmonar;
  • Exames de imagem, como a tomografia computadorizada;
  • Testes de função respiratória;
  • Ajuste do tratamento medicamentoso para otimizar a capacidade respiratória.


Após a pneumoplastia, as recomendações incluem:


  • Início precoce da fisioterapia respiratória;
  • Evitar esforços físicos intensos nas primeiras semanas;
  • Manter acompanhamento médico regular para monitorar a evolução e prevenir complicações.


Perguntas frequentes


  • O que é a pneumoplastia no tratamento do enfisema pulmonar?

    A pneumoplastia é um procedimento utilizado para reduzir o volume das áreas pulmonares mais danificadas pelo enfisema, permitindo que o tecido saudável funcione melhor e melhore a capacidade respiratória.


  • Quem pode se beneficiar da pneumoplastia?

    O procedimento é indicado para pacientes com enfisema pulmonar grave que apresentam falta de ar persistente, mesmo após tratamento clínico otimizado, e que possuam função pulmonar suficiente para tolerar a intervenção.


  • A pneumoplastia substitui o tratamento medicamentoso do enfisema?

    Não. A pneumoplastia é um complemento ao tratamento clínico, indicada quando os medicamentos e a reabilitação pulmonar não são mais suficientes para controlar os sintomas.


  • Quais são as técnicas utilizadas na pneumoplastia?

    As principais técnicas incluem a pneumoplastia endoscópica com válvulas unidirecionais, a pneumoplastia com coils (molas endobrônquicas) e a pneumoplastia cirúrgica de redução de volume pulmonar.


  • Como a pneumoplastia endoscópica funciona?

    Pequenos dispositivos, como válvulas unidirecionais, são inseridos por broncoscopia para liberar o ar retido na região doente e reduzir o hiperinsuflamento, facilitando a expansão da área pulmonar saudável.


  • Quais benefícios a pneumoplastia pode trazer?

    Entre os principais benefícios estão a melhora da respiração, maior tolerância a esforços físicos, redução da fadiga, melhora da qualidade de vida e, em muitos casos, recuperação mais rápida em comparação às cirurgias convencionais.


  • Quais são os riscos e possíveis complicações da pneumoplastia?

    Podem incluir pneumotórax, infecção, sangramento ou deslocamento dos dispositivos implantados. A ocorrência é menor em técnicas minimamente invasivas, mas o procedimento requer acompanhamento médico rigoroso.


  • Como é o preparo para a pneumoplastia?

    Envolve avaliação clínica completa, exames de imagem, testes de função pulmonar, otimização de medicamentos e, em alguns casos, reabilitação pulmonar prévia.


  • Quanto tempo leva para se recuperar de uma pneumoplastia?

    O tempo de recuperação varia conforme a técnica. Na via endoscópica, a alta hospitalar costuma ocorrer em poucos dias, com retomada gradual das atividades e acompanhamento médico periódico.


  • A pneumoplastia oferece resultados permanentes?

    Os resultados podem se manter por anos, mas dependem da evolução da doença e dos cuidados do paciente. Manter o tratamento, evitar exposição a poluentes e parar de fumar são essenciais para prolongar os benefícios.


  • A pneumoplastia pode ser feita em qualquer estágio do enfisema pulmonar?

    Não. Geralmente, é indicada para casos graves, quando há áreas pulmonares destruídas e hiperinsufladas, mas com função suficiente para permitir o procedimento.


  • O procedimento altera a anatomia do pulmão saudável?

    Não. A pneumoplastia atua apenas nas regiões mais comprometidas, preservando ao máximo o tecido pulmonar funcional.


  • Existe diferença entre pneumoplastia e cirurgia de redução de volume pulmonar?

    Sim. A pneumoplastia, na maioria das vezes, é minimamente invasiva, feita por broncoscopia, enquanto a cirurgia de redução de volume pulmonar envolve abertura torácica e retirada física de tecido.


  • A colocação de válvulas pode ser revertida?

    Em alguns casos, sim. Dispositivos como válvulas unidirecionais podem ser removidos caso haja necessidade ou complicações.


  • O paciente sente as válvulas ou molas dentro do pulmão?

    Não. Os dispositivos ficam posicionados nos brônquios e não causam sensação física perceptível para o paciente.


  • A pneumoplastia interfere no uso de oxigenoterapia?

    Pode reduzir a necessidade de oxigênio suplementar em alguns pacientes, mas isso varia conforme a resposta individual ao tratamento.


  • Quem fez transplante de pulmão pode realizar pneumoplastia?

    Não é comum, pois o transplante já substitui o pulmão doente. A pneumoplastia é indicada antes de considerar essa cirurgia.


  • Quanto tempo leva para sentir melhora após a pneumoplastia?

    A melhora pode ser notada em poucas semanas, mas o pico de benefício costuma ocorrer após alguns meses de recuperação e acompanhamento



Cirurgia torácica em São Paulo | Dra. Letícia Lauricella


A pneumoplastia representa um avanço significativo no tratamento do enfisema pulmonar, oferecendo
alívio dos sintomas, melhora da função respiratória e maior qualidade de vida para pacientes. Por ser um procedimento que exige avaliação e acompanhamento especializado, a escolha do centro e da equipe médica é decisiva para o sucesso do tratamento.


Se você ou alguém próximo convive com enfisema pulmonar grave, já considerou conversar com um especialista sobre a possibilidade de realizar a pneumoplastia?


Se você está em busca de um especialista em cirurgia torácica, sou a
Dra. Leticia Lauricella, formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e especialista em Cirurgia Torácica pela  Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Sou membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT) e proctor de cirurgia torácica robótica no Einstein Hospital Israelita. Atuo em hospitais em São Paulo e tenho como objetivo oferecer aos meus pacientes as opções mais avançadas e eficazes de tratamento, ao mesmo tempo em que busca contribuir para o avanço da ciência médica por meio da pesquisa. Para mais informações navegue no site ou para agendar uma consulta clique aqui.


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