Estenose de traqueia: Causas, sintomas e opções de tratamento
A estenose de traqueia é uma condição caracterizada pelo estreitamento anormal da traqueia, que pode comprometer significativamente a passagem de ar para os pulmões. Trata-se de um problema respiratório potencialmente grave, que pode ter diferentes causas e demandar abordagens individualizadas para diagnóstico e tratamento.
Neste artigo, explico o que é a estenose de traqueia, quais são suas causas, sintomas e quais tratamentos podem ser adotados.
Continue a leitura para entender melhor essa condição e saber quando buscar ajuda médica especializada.
Entenda o que é a estenose de traqueia
A estenose de traqueia acontece quando há um
estreitamento anormal da traqueia, o tubo que leva o ar da boca e do nariz até os pulmões. Esse estreitamento pode dificultar a respiração, provocando falta de ar, chiado, cansaço progressivo e, nos casos mais graves, risco à vida.
O grau da obstrução pode variar, assim como a extensão da área comprometida. Quanto mais longo ou mais fechado o segmento da traqueia afetado, mais intensos tendem a ser os sintomas e o impacto na rotina do paciente.
Principais causas da estenose traqueal
A estenose pode ser resultado de alterações congênitas, presentes desde o nascimento, ou de fatores adquiridos ao longo da vida. Entre os motivos mais comuns, destacam-se:
Causas adquiridas
Intubação ou traqueostomia prolongada: maior causa entre adultos. Estima-se que esteja presente em até 80% dos casos.
Infecções respiratórias graves: tuberculose, infecções fúngicas ou bacterianas podem gerar inflamações e cicatrizes.
Traumas no pescoço:
acidentes ou lesões cervicais podem comprometer a estrutura da traqueia.
Cirurgias cervicais: procedimentos como a retirada da tireoide (tireoidectomia) podem, eventualmente, afetar a traqueia.
Doenças autoimunes: como a poliangiite granulomatosa, que provoca inflamação dos vasos sanguíneos.
Tumores na região: tanto os que se originam na própria traqueia quanto os que comprimem a estrutura externamente.
Causas congênitas
Malformações da traqueia: presentes desde o nascimento e geralmente associadas a outras síndromes genéticas.
Estenose subglótica congênita: comum em bebês, podendo ser confundida com asma ou bronquiolite nos primeiros meses de vida.
Sintomas que merecem atenção
Os sinais da estenose de traqueia podem surgir de forma sutil e serem
confundidos com outras doenças respiratórias, como a asma. Por isso, é importante ficar atento aos seguintes sintomas:
- Dificuldade para respirar, especialmente ao fazer esforços leves
- Chiado ao respirar (som semelhante a apito)
- Tosse persistente que não melhora com tratamentos comuns
- Alterações na voz, como rouquidão ou enfraquecimento
- Sensação de aperto no pescoço ou sufocamento
- Infecções respiratórias frequentes
- Cansaço progressivo para realizar atividades simples
O atraso no diagnóstico é comum, justamente por conta da semelhança com outras condições pulmonares.
Quais são as opções de tratamento?
O tratamento da estenose de traqueia é individualizado e depende de fatores como a causa do estreitamento, sua extensão, localização e gravidade. As abordagens podem ser clínicas, endoscópicas ou cirúrgicas.
Procedimentos endoscópicos
Dilatação da traqueia (broncoscopia)
Técnica utilizada para
alívio temporário dos sintomas. Pode ser feita com balão ou instrumentos próprios que ampliam o espaço interno da traqueia.
Colocação de stent traqueal
Pequeno tubo de metal ou silicone colocado para
manter o canal respiratório aberto. Indicado principalmente em casos paliativos ou quando não há possibilidade de cirurgia imediata.
Laser ou eletrocauterização
Técnicas usadas para
remover
áreas fibrosadas ou lesões que estejam obstruindo a passagem de ar.
Tratamento cirúrgico
Ressecção traqueal com anastomose
Consiste na
retirada
da área estreitada da traqueia e
reconexão
das partes saudáveis. É considerado o tratamento definitivo em muitos casos, especialmente quando a área comprometida não é muito extensa (até cerca de 6 cm).
Tratamento clínico
Medicamentos anti-inflamatórios (corticoides)
Utilizados em casos com
componente inflamatório, como doenças autoimunes.
Antibióticos
Indispensáveis quando há
infecção ativa associada ao quadro.
Expectativas após o tratamento da estenose de traqueia
É importante salientar que a estenose de traqueia é um
universo bastante heterogêneo, de tal forma que o tratamento e o prognóstico precisa ser
individualizado e dependerá muito da causa da estenose e da condição clínica do paciente.
Nos casos onde a estenose é resultante de intubação prolongada e está localizada somente na traqueia, a cirurgia pode ser curativa com chances de sucesso acima de 90%. Quando há envolvimento da região subglótica, a cirurgia se torna mais delicada e complexa, podendo ser necessários procedimentos sequenciais.
Independentemente da causa, o acompanhamento a longo prazo é essencial para prevenir novas obstruções ou identificar possíveis complicações.
Quando procurar um especialista?
É fundamental buscar a avaliação de um
cirurgião torácico quando sintomas como falta de ar inexplicável, tosse persistente, chiado respiratório ou sensação de aperto no pescoço
não melhoram com tratamentos convencionais. Uma análise criteriosa pode esclarecer o diagnóstico e direcionar para a melhor conduta, evitando agravamentos.
Perguntas frequentes
O que é estenose de traqueia?
É o estreitamento anormal da traqueia, o tubo que leva o ar dos pulmões à boca e ao nariz. Esse afilamento dificulta a respiração e pode causar sintomas como chiado, tosse e falta de ar.
Quais os sintomas mais comuns da estenose de traqueia?
Os principais sintomas incluem dificuldade para respirar, chiado ao inspirar e expirar, tosse persistente, voz fraca e sensação de sufocamento, especialmente durante atividades físicas leves.
Estenose de traqueia tem cura?
Sim, em muitos casos. Quando a causa e a gravidade permitem, a cirurgia para remoção do segmento estreitado pode ser curativa. Outras técnicas ajudam a controlar os sintomas.
O que causa a estenose traqueal?
A estenose traqueal pode ser causada por intubação prolongada, traqueostomia, infecções, doenças autoimunes, traumas ou malformações congênitas. É mais comum após internações com ventilação mecânica.
Qual exame detecta estenose traqueal?
A broncoscopia é o principal exame para diagnóstico da estenose traqueal. Outros exames como tomografia de tórax ajudam a localizar e dimensionar o estreitamento.
Como tratar estenose de traqueia?
O tratamento depende do grau e causa da estenose. Pode incluir dilatação por broncoscopia, colocação de stent, uso de laser ou cirurgia para ressecção do segmento afetado.
Como corrigir estenose traqueal?
A correção definitiva é feita com cirurgia, especialmente nos casos moderados a graves. O procedimento consiste em retirar o segmento estreitado e reconectar as partes saudáveis da traqueia.
Quem deve tratar a estenose de traqueia?
O tratamento deve ser conduzido por um cirurgião torácico, especialista em doenças das vias aéreas, com experiência em procedimentos minimamente invasivos e reconstrutivos.
A cirurgia para estenose de traqueia é arriscada?
É uma cirurgia segura quando bem indicada e realizada por equipe experiente. A taxa de sucesso pode ultrapassar 90%, com melhora significativa na respiração e qualidade de vida.
Estenose de traqueia pode voltar depois do tratamento?
Pode ocorrer recidiva em alguns casos, especialmente quando há doença inflamatória de base. Por isso, o acompanhamento médico a longo prazo é fundamental.
Estenose de traqueia pode ser confundida com asma?
Sim. Muitos pacientes com estenose são inicialmente tratados como asmáticos, pois os sintomas são semelhantes. A ausência de resposta aos broncodilatadores levanta suspeita.
Cirurgia torácica em São Paulo | Dra. Letícia Lauricella
A estenose de traqueia é uma condição que, embora rara,
pode impactar significativamente a respiração e a qualidade de vida. Reconhecer seus sintomas e entender suas possíveis causas é essencial para um diagnóstico rápido e um tratamento eficaz. O avanço das técnicas cirúrgicas e endoscópicas oferece hoje abordagens seguras, personalizadas e com excelentes resultados. Se você ou alguém próximo apresenta sintomas respiratórios persistentes,
não ignore os sinais: a avaliação com um especialista pode fazer toda a diferença.
Você já parou para pensar se a sua falta de ar pode ter outra causa além da asma?
Se você está em busca de um especialista em cirurgia torácica, sou a Dra. Leticia Lauricella, formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e especialista em Cirurgia Torácica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Sou membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT) e proctor de cirurgia torácica robótica no Einstein Hospital Israelita. Atuo em hospitais em São Paulo e tenho como objetivo oferecer aos meus pacientes as
opções mais avançadas e eficazes de tratamento, ao mesmo tempo em que busco contribuir para o avanço da ciência médica por meio da pesquisa. Para mais informações navegue no
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