Pneumotórax espontâneo: Acúmulo de ar na cavidade pleural
O pneumotórax espontâneo é uma condição pulmonar caracterizada pelo acúmulo de ar na cavidade pleural, o espaço entre o pulmão e a parede torácica, sem que haja um trauma externo evidente. Essa entrada de ar provoca o colapso parcial ou total do pulmão, dificultando a respiração e exigindo atenção médica imediata. Embora possa ocorrer em pessoas saudáveis, também é frequente em indivíduos com doenças pulmonares pré-existentes.
Neste artigo, vou abordar as causas, sintomas, tratamento e formas de prevenção, ajudando você a compreender quando procurar atendimento e quais são as perspectivas de recuperação.
Continue a leitura
e entenda mais sobre o pneumotórax espontâneo.
O que é pneumotórax espontâneo
O pneumotórax espontâneo acontece quando
o ar entra no espaço entre o pulmão e a parede do tórax, chamado de cavidade pleural, sem que haja um trauma direto. Esse acúmulo de ar
aumenta a pressão nesse local, dificultando a expansão do pulmão e podendo levar ao seu colapso parcial ou total.
Existem dois tipos principais:
Pneumotórax espontâneo primário (PEP): surge em pessoas sem doenças pulmonares conhecidas, muitas vezes jovens, frequentemente com um perfil longilíneo (altas e magras), sendo um pouco mais comum no sexo masculino. Geralmente está relacionado à ruptura de pequenas bolhas de ar que se formam na superfície do pulmão, chamadas blebs.
Pneumotórax espontâneo secundário (PES): ocorre em pessoas que já têm alguma condição pulmonar, como enfisema, DPOC, fibrose cística ou infecções respiratórias.
Assista ao vídeo:
Causas e fatores de risco
Os motivos variam de acordo com o tipo de pneumotórax, mas alguns fatores aumentam a probabilidade
de desenvolver o problema:
- Doenças pulmonares crônicas, como enfisema, fibrose pulmonar e asma grave;
- Tabagismo, que aumenta significativamente o risco, mesmo em fumantes ocasionais;
- Histórico familiar, indicando predisposição genética;
- Variações bruscas de pressão atmosférica, comuns em mergulhadores ou alpinistas;
- Ruptura de bolhas pulmonares, mais frequente em pessoas altas e magras.
- Presença de endometriose torácica.
Fumar pode elevar em até
20 vezes a chance de um episódio em comparação a quem não fuma.
Sintomas mais comuns
Os sinais geralmente aparecem de
forma súbita e podem variar de intensidade:
- Dor aguda no peito, localizada no lado afetado;
- Falta de ar, que pode piorar com esforços;
- Respiração rápida e superficial;
- Sensação de aperto ou pressão no tórax;
- Tosse seca persistente.
Em casos mais graves, pode ocorrer coloração arroxeada da pele (cianose) e queda da pressão arterial, exigindo atendimento médico imediato.
Diagnóstico do pneumotórax espontâneo
A avaliação médica é o primeiro passo, seguida de exames de imagem para confirmar o quadro:
Radiografia de tórax: método mais utilizado para identificar a presença de ar na pleura e avaliar o grau de colapso do pulmão;
Tomografia computadorizada: recomendada em casos mais complexos ou recorrentes, permitindo visualizar bolhas de ar e blebs;
Ultrassom torácico: especialmente útil em situações de emergência para um diagnóstico rápido.
Exames complementares podem ser solicitados para identificar a causa, principalmente nos casos secundários.
Complicações possíveis
Se não for tratado adequadamente, o pneumotórax espontâneo pode evoluir para:
Pneumotórax hipertensivo, quando o ar preso aumenta rapidamente a pressão na pleura e comprime estruturas vitais;
Recorrência, mais provável em pessoas jovens e fumantes;
Infecção pleural (empiema), que pode surgir após drenagens ou procedimentos cirúrgicos;
Insuficiência respiratória aguda, especialmente em quem já tem doenças pulmonares graves.
Tratamento do pneumotórax espontâneo
A abordagem depende do tamanho do pneumotórax, da gravidade dos sintomas e da condição clínica do paciente:
- Observação e repouso
Indicado para casos pequenos e sem sintomas significativos, com acompanhamento por exames periódicos;
- Aspiração com agulha
Permite a retirada do ar e facilita a reexpansão do pulmão;
- Drenagem torácica
Colocação de um tubo no espaço pleural para remoção do ar, permitindo a reexpansão pulmonar e a cicatrização do pulmão;
- Cirurgia (videotoracoscopia ou toracotomia)
Indicada para casos recorrentes ou graves, podendo incluir pleurodese (técnica que faz o pulmão aderir à parede torácica para prevenir novos episódios) e/ou uma segmentectomia/bulhectomia (ressecção de uma pequena parte do pulmão onde estão as bolhas que causaram o pneumotórax).
Recuperação e cuidados após o tratamento
O tempo de recuperação varia, mas é
fundamental seguir algumas recomendações:
- Evitar esforços físicos intensos nas primeiras semanas;
- Não viajar de avião até liberação médica;
- Participar de reabilitação pulmonar, se indicada;
- Parar de fumar para reduzir o risco de recorrência;
- Manter consultas regulares com cirurgião torácico.
Prognóstico
Quando o diagnóstico e o tratamento são realizados rapidamente, o prognóstico costuma ser favorável. Contudo, há risco de recorrência: cerca de
30% nos casos primários e acima de
50%
nos secundários.
Pacientes que seguem as orientações médicas, adotam hábitos saudáveis e mantêm acompanhamento especializado têm
maiores chances de recuperação completa e menor probabilidade de complicações.
Perguntas frequentes
O que é pneumotórax espontâneo?
O pneumotórax espontâneo acontece quando o ar entra na cavidade pleural sem trauma direto, dificultando a expansão do pulmão e podendo causar colapso parcial ou total.
Quais são os tipos de pneumotórax espontâneo?
Existem dois principais: o primário, que ocorre em pessoas sem doenças pulmonares prévias, e o secundário, associado a condições como enfisema, DPOC ou fibrose pulmonar.
Quais são as causas do pneumotórax espontâneo?
Pode ser causado pela ruptura de pequenas bolsas de ar (blebs), doenças pulmonares crônicas, tabagismo, endometriose torácica, alterações bruscas de pressão ou predisposição genética.
Quais sintomas indicam um pneumotórax espontâneo?
Os sinais mais comuns incluem dor súbita no peito, falta de ar, respiração acelerada e superficial, tosse seca e, em casos graves, coloração azulada da pele devido a baixa oxigenação do sangue.
Como é feito o diagnóstico do pneumotórax espontâneo?
O diagnóstico é confirmado por exames de imagem como radiografia de tórax, tomografia computadorizada ou ultrassom torácico, após avaliação clínica.
O pneumotórax espontâneo é perigoso?
Sim, principalmente nos casos secundários onde há doença pulmonar pré-existente. Sem tratamento, pode evoluir para pneumotórax hipertensivo, insuficiência respiratória ou infecção pleural, exigindo atendimento médico imediato.
Qual é o tratamento para pneumotórax espontâneo?
O tratamento pode incluir observação, aspiração com agulha, drenagem torácica ou cirurgia, dependendo do tamanho, sintomas e condição geral do paciente.
Quem tem pneumotórax espontâneo pode voltar a viajar de avião?
Somente após liberação médica, pois mudanças de pressão podem provocar recorrência ou agravar o quadro.
O pneumotórax espontâneo pode voltar a acontecer?
Sim. O risco de recorrência pode chegar a 30% nos casos primários e ultrapassar 50% nos secundários, especialmente em fumantes e pacientes com doenças pulmonares.
Como prevenir o pneumotórax espontâneo?
Parar de fumar, tratar doenças pulmonares, evitar mudanças bruscas de pressão e manter acompanhamento médico ajudam a reduzir o risco.
Quem já teve pneumotórax espontâneo pode praticar mergulho ou esportes de altitude?
Essas atividades aumentam o risco de recorrência devido às mudanças bruscas de pressão e só devem ser consideradas após avaliação e liberação médica especializada.
O tamanho do pneumotórax define sempre a gravidade do caso?
Não. Pequenos pneumotórax podem causar sintomas intensos, enquanto casos maiores podem ser melhor tolerados, dependendo da função pulmonar prévia do paciente.
Pessoas assintomáticas precisam de tratamento para pneumotórax espontâneo?
Sim, mesmo sem sintomas evidentes, é necessário acompanhamento médico e exames para evitar complicações e monitorar a evolução.
Cirurgia torácica em São Paulo | Dra. Letícia Lauricella
O pneumotórax espontâneo é uma condição que exige
diagnóstico rápido e manejo adequado para evitar complicações graves. Entender suas causas, reconhecer os sintomas e saber quando buscar atendimento são passos fundamentais para garantir a segurança e preservar a função pulmonar. Se você ou alguém próximo apresentar dor torácica súbita e falta de ar,
procure imediatamente um serviço de saúde.
Você sabia que mudanças simples nos hábitos podem reduzir significativamente o risco de novos episódios de pneumotórax?
Se você está em busca de um especialista em cirurgia torácica, sou a Dra. Leticia Lauricella, formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e especialista em Cirurgia Torácica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Sou membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT) e proctor de cirurgia torácica robótica no Einstein Hospital Israelita. Atuo em hospitais em São Paulo e tenho como objetivo oferecer aos meus pacientes as
opções mais avançadas e eficazes de tratamento, ao mesmo tempo em que busco contribuir para o avanço da ciência médica por meio da pesquisa. Para mais informações navegue no
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