Cateter pleural de longa permanência: Quando e por que usar
A presença recorrente de líquido entre os pulmões e a parede torácica pode trazer impactos significativos à respiração e à qualidade de vida. Em muitos casos, principalmente em doenças oncológicas ou crônicas, essa condição demanda soluções práticas, menos invasivas e com foco no bem-estar do paciente. O cateter pleural de longa permanência surge como uma alternativa eficaz nesses contextos, permitindo o controle domiciliar dos sintomas e evitando internações repetidas.
Neste artigo, você vai entender o que é esse dispositivo, quando ele deve ser utilizado e os benefícios que pode proporcionar.
Continue a leitura e descubra como ele pode transformar o cuidado de quem convive com o acúmulo de líquido na pleura.
O que é o cateter pleural de longa permanência?
O cateter pleural de longa permanência é um tubo fino e flexível inserido no espaço entre o pulmão e a parede torácica para
permitir a drenagem segura e contínua do líquido que se acumula nessa região. Ele é indicado quando há acúmulos frequentes, principalmente em pacientes com derrames pleurais persistentes, permitindo que a drenagem possa ser feita em casa, com segurança e supervisão médica.
Esse recurso é especialmente útil em casos de
derrame pleural maligno, condição comum em pacientes com
câncer de pulmão, mama, ovário ou linfoma, mas também pode ser adotado em situações não oncológicas, como derrame secundário a ascite ou insuficiência cardíaca. O objetivo principal é
proporcionar alívio da falta de ar, reduzir hospitalizações e oferecer mais conforto e autonomia ao paciente.
Quando o uso do cateter pleural é indicado?
A decisão de utilizar um cateter pleural de longa permanência leva em conta o quadro clínico do paciente e o impacto que o acúmulo de líquido tem na sua respiração e qualidade de vida. Entre as principais indicações estão:
- Derrame pleural maligno recorrente, especialmente quando o acúmulo de líquido volta mesmo após drenagens anteriores;
- Impossibilidade ou insucesso da pleurodese, técnica que adere as pleuras para evitar novos derrames;
- Doenças avançadas com foco em cuidados paliativos, onde o controle dos sintomas é prioridade;
- Condições clínicas crônicas, com o objetivo de evitar internações frequentes por conta do derrame pleural.
O cateter permite um
cuidado contínuo e humanizado, ajudando o paciente a respirar melhor com o mínimo de interferência na rotina.
Como é feita a colocação do cateter?
O procedimento é realizado no hospital, geralmente com
anestesia local e sedação leve. É rápido, seguro e, na maioria dos casos, não exige internação prolongada, podendo o paciente ter alta no mesmo dia.
Etapas principais:
Localização guiada por imagem: A equipe médica utiliza ultrassom ou tomografia para definir o melhor local de inserção.
Anestesia e inserção do cateter: Após anestesiar a região, o cateter é introduzido cuidadosamente no espaço pleural.
Fixação e proteção: O tubo é fixado à pele e protegido com curativos estéreis.
Treinamento domiciliar: O paciente e/ou o cuidador recebem orientações sobre como realizar as drenagens em casa, com kits próprios.
Em geral, o paciente recebe alta no mesmo dia ou no dia seguinte, já com todas as instruções para o cuidado domiciliar.
Principais benefícios do cateter pleural de longa permanência
O uso do cateter traz ganhos significativos, principalmente para quem vive com sintomas respiratórios causados por acúmulos recorrentes de líquido na pleura.
Entre os principais benefícios, destacam-se:
- Alívio da dispneia (falta de ar) quase imediato;
- Drenagem feita em casa, sem a necessidade de idas constantes ao hospital;
- Menor número de internações e procedimentos invasivos;
- Mais conforto para pacientes com mobilidade reduzida ou em cuidados paliativos;
- Menor risco de complicações, quando comparado a drenagens repetidas com agulhas;
- Possibilidade de pleurodese espontânea, o que pode levar à retirada definitiva do cateter.
Como cuidar do cateter em casa
A manutenção do cateter é simples, mas exige alguns cuidados para evitar complicações e garantir que a drenagem funcione corretamente.
Recomendações importantes:
- Fazer a drenagem conforme orientação médica (normalmente entre 1 a 3 vezes por semana);
- Manter o curativo limpo, seco e trocado periodicamente;
- Observar sinais de alerta, como vermelhidão, dor no local, secreção ou febre;
- Manter contato com a equipe de saúde, que pode ser composta por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas.
A orientação contínua é essencial para manter a segurança e o bem-estar do paciente no ambiente domiciliar.
Possíveis riscos e complicações
Embora o procedimento seja seguro, todo dispositivo médico pode apresentar riscos. Os principais, embora pouco frequentes, incluem:
- Infecção local ou da pleura;
- Obstrução do cateter, impedindo a drenagem;
- Dor ou desconforto na região de inserção;
Por isso, a indicação deve ser individualizada, sempre levando em conta os benefícios esperados em relação aos possíveis riscos.
Comparação com outros métodos de tratamento
A principal alternativa ao cateter é a pleurodese, indicada quando o pulmão consegue expandir totalmente e o paciente está em boas condições clínicas. No entanto, o cateter pleural tem vantagens importantes:
| Aspecto | Pleurodese | Cateter pleural de longa permanência |
|---|---|---|
| Internação | Requer hospitalização | Pode ser ambulatorial |
| Invasividade | Moderada | Menor |
| Indicação | Pulmão expansível | Pulmão expansível ou não expansível |
| Tempo do Dreno | Poucos dias | Semanas ou meses |
| Custo | Geralmente menor | Mais alto, mas com menos internações |
Em muitos casos, a decisão é individualizada, considerando o quadro clínico, os desejos do paciente e o prognóstico da doença.
Quem realiza esse tipo de procedimento?
A inserção do cateter pleural de longa permanência deve ser feita por um
cirurgião torácico com experiência nesse tipo de abordagem minimamente invasiva. É essencial que o profissional também tenha familiaridade com cuidados paliativos, para que o plano terapêutico esteja alinhado às
necessidades reais do paciente.
Perguntas frequentes
O que são cateteres de longa permanência?
São dispositivos médicos flexíveis implantados no corpo para permitir o acesso contínuo a cavidades ou vasos, com uso prolongado, geralmente indicado para tratamentos crônicos ou drenagens recorrentes.
Para quais doenças o cateter pleural de longa permanência é indicado?
É mais utilizado em casos de derrame pleural maligno, comum em pacientes com câncer de pulmão, mama ou ovário. Também pode ser usado em derrames pleurais recorrentes de outras causas, como hepatopatia ou insuficiência cardíaca grave.
Como é feita a colocação do cateter pleural?
O procedimento é realizado em hospital, com anestesia local e sedação leve. O cateter é posicionado com auxílio de imagem, fixado à pele e protegido com curativo. Em geral, o paciente recebe alta no mesmo dia ou no dia seguinte.
É possível fazer a drenagem do líquido em casa?
Sim. O cateter é projetado para uso domiciliar. O paciente ou cuidador é orientado a realizar a drenagem com kits específicos, de forma segura e confortável, conforme a recomendação médica.
O cateter pleural de longa permanência causa dor?
É comum algum desconforto nos primeiros dias após a colocação, mas ele tende a desaparecer rapidamente. Com os cuidados adequados, o uso do cateter costuma ser bem tolerado, sem dor persistente.
Quais os cuidados diários com o cateter?
Manter o curativo limpo e seco, observar sinais de infecção, realizar a drenagem conforme a orientação médica e comparecer às reavaliações periódicas são cuidados essenciais para garantir o bom funcionamento do cateter.
O uso do cateter pleural pode causar infecção?
Como qualquer dispositivo implantado, há risco de infecção, mas ele é baixo quando há higiene adequada e acompanhamento médico. Sinais como vermelhidão, dor ou secreção devem ser investigados rapidamente.
O cateter pode ser retirado depois de um tempo?
Sim. Em alguns casos, a drenagem frequente leva à adesão das pleuras (pleurodese espontânea), e o cateter pode ser retirado definitivamente. A decisão depende da evolução clínica e de exames de imagem.
Quais os benefícios do cateter pleural em cuidados paliativos?
Oferece alívio rápido da falta de ar, evita internações e procedimentos repetidos e permite tratamento em casa. Isso contribui para mais conforto, autonomia e qualidade de vida em fases avançadas da doença.
Quem pode realizar esse tipo de procedimento?
A inserção deve ser feita por um cirurgião torácico com experiência em técnicas minimamente invasivas. O acompanhamento posterior também é fundamental e pode envolver uma equipe multidisciplinar.
O cateter pleural de longa permanência pode ajudar a evitar internações frequentes?
Sim. Ele permite que a drenagem do líquido pleural seja feita em casa, o que reduz a necessidade de hospitalizações repetidas para toracocenteses e melhora a qualidade de vida do paciente.
Esse tipo de cateter interfere na mobilidade ou nas atividades diárias?
Na maioria dos casos, não. O cateter é discreto, fixado ao corpo e protegido por curativo, permitindo que o paciente mantenha suas atividades leves com conforto e segurança.
É possível viajar ou sair de casa com o cateter instalado?
Sim, desde que a drenagem esteja controlada e os cuidados sejam mantidos. É importante conversar com o médico sobre o planejamento da rotina e possíveis adaptações.
Existe risco de o cateter entupir ou parar de funcionar?
Sim, embora seja pouco comum. Obstruções podem ocorrer, especialmente se a drenagem não for feita regularmente ou se houver coágulos. A avaliação médica contínua ajuda a prevenir esse tipo de problema.
A drenagem do cateter causa desconforto ou cansaço respiratório?
Se feita corretamente, a drenagem alivia a falta de ar e não costuma causar desconforto. Porém, retirar líquido em excesso de forma rápida pode provocar dor torácica ou tosse. Por isso, o processo deve seguir orientações médicas.
O cateter pode ser usado para pacientes com derrames de causas não malignas?
Sim. Embora mais comum em casos oncológicos, o cateter também pode ser indicado para derrames pleurais de difícil controle em doenças benignas, quando há indicação específica.
O cateter pode ser utilizado como parte de um tratamento curativo?
Não. O cateter pleural de longa permanência é uma medida paliativa ou de controle sintomático. Ele não trata a causa do derrame, mas ajuda a melhorar a qualidade de vida em casos sem indicação de tratamento curativo.
Quem decide o momento certo de retirar o cateter?
A decisão é individualizada e deve ser feita pelo cirurgião torácico com base na resposta clínica, na redução da drenagem e na condição geral do paciente. Em alguns casos, o próprio corpo “sela” o espaço pleural, tornando o cateter desnecessário.
Cirurgia torácica em São Paulo | Dra. Letícia Lauricella
O cateter pleural de longa permanência representa um avanço importante no cuidado de pacientes com derrame pleural recorrente, oferecendo
alívio eficaz dos sintomas, menor necessidade de internações e mais qualidade de vida. É uma solução segura, prática e que valoriza a autonomia do paciente e de seus cuidadores. Se você ou alguém próximo enfrenta essa condição,
converse com um especialista em cirurgia torácica para entender se essa é a melhor opção.
Você já conhecia essa alternativa de tratamento para o acúmulo de líquido na pleura?
Se você está em busca de um especialista em cirurgia torácica, sou a Dra. Leticia Lauricella, formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e especialista em Cirurgia Torácica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Sou membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT) e proctor de cirurgia torácica robótica no Einstein Hospital Israelita. Atuo em hospitais em São Paulo e tenho como objetivo oferecer aos meus pacientes as
opções mais avançadas e eficazes de tratamento, ao mesmo tempo em que busco contribuir para o avanço da ciência médica por meio da pesquisa. Para mais informações navegue no
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