PET-CT: Qual o papel no diagnóstico do câncer de pulmão?

Letícia Lauricella • October 28, 2025

O câncer de pulmão é uma das principais causas de mortalidade por câncer no mundo. A detecção precoce e o estadiamento são cruciais para o sucesso do tratamento. Nesse contexto, o PET-CT se destaca como uma ferramenta avançada de imagem que combina informações anatômicas e funcionais, proporcionando uma visão abrangente da doença.


Entenda o papel do
PET-CT no diagnóstico do câncer de pulmão, seus benefícios, aplicações e considerações clínicas.


O que o PET-CT?


O PET-CT é um
exame de imagem que combina duas tecnologias importantes: a PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons), que capta a atividade metabólica das células, e a tomografia computadorizada (CT), que mostra com precisão a anatomia do corpo. Juntas, essas técnicas permitem identificar com clareza onde há áreas de maior atividade celular e exatamente em que região do corpo isso ocorre.


Como funciona o exame de PET-CT?


A realização do PET-CT segue um protocolo bem definido:


Aplicação do radiotraçador:
O paciente recebe uma injeção com uma substância levemente radioativa e segura, geralmente o 18F-FDG, que se concentra em áreas com maior metabolismo celular.


Tempo de distribuição:
Após a aplicação, é necessário aguardar um período para que o radiotraçador se espalhe adequadamente pelo organismo.


Coleta das imagens:
O paciente é posicionado no equipamento que fará, de forma sequencial, a captação das imagens da PET e da tomografia computadorizada.


Interpretação médica:
As imagens são fundidas e analisadas por uma equipe especializada para identificar alterações suspeitas.


Por que o PET-CT é tão útil no câncer de pulmão?


No diagnóstico e tratamento do
câncer de pulmão, o PET-CT oferece informações que vão além do que os exames convencionais conseguem mostrar. Veja algumas das suas principais aplicações:


Auxílio ao diagnóstico histológico


O PET-CT pode ser usado para ajudar a definir o melhor local para biópsia do tumor, principalmente em casos de tumores maiores, com áreas escavadas ou necróticas. O radiologista pode se guiar pela área de maior atividade metabólica para direcionar a agulha da biópsia e com isso aumentar o rendimento da amostra.


Estadiamento preciso da doença


Saber exatamente o
estágio do câncer é essencial para definir o tratamento ideal. O PET-CT ajuda a:


  • Avaliar a extensão local do tumor, como tamanho e invasão de estruturas vizinhas.
  • Verificar linfonodos comprometidos, mesmo que ainda não estejam aumentados.
  • Investigar possíveis metástases a distância, como em fígado, ossos ou glândulas adrenais.


Monitoramento da resposta ao tratamento


Durante ou após o tratamento, o PET-CT pode ser repetido para
observar se houve redução na atividade metabólica da lesão, um sinal de que a terapia está sendo eficaz.


Quais são os principais benefícios do PET-CT no câncer de pulmão?


  1. Alta precisão diagnóstica: Permite detectar alterações pequenas e diferenciar tecido saudável de tecido tumoral.
  2. Avaliação funcional e anatômica ao mesmo tempo: O exame mostra tanto a forma quanto o comportamento do tumor.
  3. Menos intervenções invasivas: Pode evitar biópsias em casos de nódulos com baixa captação, por exemplo.
  4. Apoio na definição do tratamento: Ajuda médicos a planejar cirurgias, radioterapia e outras abordagens com maior segurança.


Quais as limitações do PET-CT?


Apesar de todas as suas vantagens, o exame também tem algumas limitações que precisam ser consideradas e um erro comum é acreditar que o PET-CT é capaz de fazer diagnóstico diferencial entre lesões benignas e malignas. Isso porque o exame pode gerar
resultados falsos positivos, infecções ou inflamações podem ter alta captação e se parecer com um tumor, e também pode haver falsos negativos, tumores com baixo metabolismo, como alguns tipos de câncer em fase inicial, podem não captar no PET.


O PET-CT também não é um bom exame para investigação de lesões intracranianas, uma vez que o cérebro possui alta atividade metabólica, dificultando a visualização do metabolismo de tumores cerebrais. Portanto, para o estadiamento completo do câncer de pulmão no sistema nervoso central é necessário a realização de Ressonância Magnética de crânio.


Além disso, nem sempre está disponível, o exame ainda é restrito a centros especializados e tem custo elevado, e envolve exposição à radiação, embora dentro de limites seguros, o exame utiliza radiação ionizante.


Em quais situações o PET-CT é indicado?


A indicação do PET-CT no câncer de pulmão pode acontecer em diferentes momentos da jornada do paciente, como:


  • Investigação de nódulos pulmonares que ainda não têm diagnóstico definido.
  • Estadiamento inicial do câncer de pulmão já confirmado.
  • Reavaliação após tratamento cirúrgico, quimioterapia ou radioterapia.
  • Suspeita de recidiva da doença.
  • Planejamento mais preciso da radioterapia, incluindo definição do volume-alvo.


Se você está em processo de diagnóstico ou tratamento de câncer de pulmão, conversar com o seu médico sobre a possibilidade de fazer um PET-CT pode trazer
mais segurança e direcionamento nas decisões clínicas.


Perguntas frequentes


  • O que é o PET-CT e para que serve no câncer de pulmão?

    O PET-CT é um exame que combina imagens metabólicas e anatômicas, ajudando a identificar tumores ativos, avaliar a extensão da doença e monitorar a resposta ao tratamento.


  • O PET-CT substitui a biópsia no diagnóstico do câncer de pulmão?

    Não. Embora seja muito útil para indicar suspeitas, o PET-CT não substitui a biópsia, que é essencial para confirmar o diagnóstico por meio da análise do tecido.


  • Como o PET-CT ajuda no estadiamento do câncer de pulmão?

    O exame detecta a presença de linfonodos comprometidos e metástases, permitindo um estadiamento mais preciso e, assim, melhor planejamento do tratamento.


  • É possível detectar câncer de pulmão em fase inicial com o PET-CT?

    Sim, mas com limitações. Tumores pequenos e de baixo metabolismo podem não ser identificados, por isso o PET-CT é geralmente mais indicado após achados suspeitos em outros exames.


  • O PET-CT pode diferenciar um tumor maligno de um nódulo benigno?

    Pode ajudar, já que tumores malignos costumam ter maior captação do radiotraçador. No entanto, infecções ou inflamações também podem gerar resultados semelhantes.


  • Quanto tempo leva para fazer um exame de PET-CT?

    O processo completo, incluindo a administração do radiotraçador e a aquisição das imagens, leva cerca de 2 a 3 horas.

  • O PET-CT é seguro para todos os pacientes?

    De forma geral, sim. Mas por envolver radiação, deve ser usado com cautela em gestantes e avaliado caso a caso em pacientes com certas condições clínicas.


  • Qual é o preparo necessário antes de fazer o PET-CT?

    O paciente deve estar em jejum, manter-se hidratado e evitar atividade física intensa nas 24 horas anteriores. O preparo pode variar conforme a indicação médica.


  • O PET-CT detecta metástases do câncer de pulmão?

    Sim. O exame é muito eficaz para identificar a disseminação do câncer para outros órgãos, como ossos, fígado, glândulas adrenais e linfonodos. No entanto, não é um bom exame para detecção de metástases cerebrais.


  • Quando o médico indica o PET-CT no câncer de pulmão?

    O exame é indicado para estadiar o tumor, monitorar a resposta ao tratamento, avaliar recidivas e em casos de nódulos pulmonares com características indeterminadas.


  • O PET-CT consegue distinguir um tumor ativo de uma cicatriz pulmonar antiga?

    Sim. O PET-CT avalia a atividade metabólica das células, ajudando a diferenciar tecido cicatricial (geralmente inativo) de um tumor ainda ativo.


  • A glicemia elevada pode interferir nos resultados do PET-CT?

    Sim. Níveis altos de glicose no sangue competem com o radiotraçador (FDG), o que pode reduzir a captação nas células tumorais e afetar a precisão do exame.


  • Por que o PET-CT é mais eficaz quando combinado com outros exames?

    Porque ele oferece informações metabólicas que complementam os dados anatômicos da tomografia ou da ressonância, permitindo uma análise mais completa e precisa da doença.


  • Qual a diferença entre PET-CT e PET-MR no diagnóstico do câncer de pulmão?

    O PET-CT combina PET com tomografia, enquanto o PET-MR une PET com ressonância magnética. O PET-CT é mais comum e rápido, enquanto o PET-MR oferece melhor definição para certos tecidos.


  • O PET-CT é eficaz em todos os tipos de câncer de pulmão?

    O PET_CT realizado com o radiofármaco 18F-FDG é especialmente útil no câncer de pulmão de não pequenas células e nos tumores de pequenas células. Já no caso de tumores de crescimento lento, como os tumores carcinóides, pode ter limitações na detecção da atividade tumoral. Nesse caso pode ser indicada a utilização de outro radiofármaco chamado gálio-68.


  • O PET-CT é coberto pelo meu convênio?

    Sim, o PET com ¹⁸F-FDG é coberto pelos convênios (planos de saúde) em várias indicações oncológicas, incluindo câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) para estadiamento e reestadiamento. Essa cobertura é garantida pelo Rol da ANS, que lista os exames obrigatórios para os planos.


  • O PET-CT está disponível no SUS?

    No SUS, o PET-FDG foi incorporado em 2014 e, no câncer de pulmão, sua cobertura é restrita ao estadiamento do CPNPC em estádios I a III, em casos com dúvida sobre linfonodos mediastinais ou metástases à distância. O exame pode ser feito em centros habilitados (geralmente hospitais de referência oncológica), mas nem sempre está disponível em todas as cidades.


Cirurgia torácica em São Paulo | Dra. Letícia Lauricella


O PET-CT é uma ferramenta valiosa no diagnóstico e manejo do câncer de pulmão, oferecendo informações detalhadas que auxiliam na tomada de decisões clínicas. Sua capacidade de
combinar dados anatômicos e funcionais o torna superior a outras modalidades de imagem em diversas situações. No entanto, é essencial considerar suas limitações e utilizá-lo de forma adequada, em conjunto com outras avaliações clínicas e laboratoriais.


Você já conhecia o papel do PET-CT no diagnóstico do câncer de pulmão?


Se você está em busca de um especialista em cirurgia torácica, sou a
Dra. Leticia Lauricella, formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), sendo a primeira mulher contratada como assistente do grupo de Cirurgia Torácica da FMUSP. Atuo em hospitais em São Paulo, e tenho como objetivo oferecer aos pacientes as opções mais avançadas e eficazes de tratamento, ao mesmo tempo em que busco contribuir para o avanço da ciência médica por meio da pesquisa. Para mais informações navegue no site ou para agendar uma consulta clique aqui.

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