Derrame pleural maligno: Entenda o que é e como tratar

Letícia Lauricella • October 21, 2025

O derrame pleural maligno é uma complicação frequente em pacientes com câncer avançado, especialmente aqueles com tumores de pulmão, mama e linfomas. Ele ocorre quando células cancerígenas se instalam na pleura — a membrana que reveste os pulmões — provocando o acúmulo de líquido no espaço pleural. Esse acúmulo gera sintomas respiratórios importantes, podendo comprometer significativamente a qualidade de vida.


Neste artigo, você vai entender o que é o derrame pleural maligno, quais são suas causas, sintomas e quais são as opções de tratamento disponíveis.
Continue a leitura e entenda mais sobre essa condição.


O que é derrame pleural maligno?


O derrame pleural maligno acontece quando
células cancerígenas se espalham para a pleura — membrana que envolve os pulmões — e provocam o acúmulo de líquido nesse espaço. Esse excesso de líquido dificulta a expansão dos pulmões, comprometendo a respiração. Essa condição está geralmente associada a câncer em estágio avançado e pode ser tanto um dos primeiros sinais da doença quanto surgir ao longo de sua evolução.


Quais são as principais causas do derrame pleural maligno?


O derrame pleural maligno costuma estar relacionado à
disseminação de alguns tipos de câncer. Os tumores que mais frequentemente causam esse tipo de complicação são:



Na maioria das vezes, esse tipo de derrame indica um estágio mais avançado da doença e pode estar associado a um prognóstico mais reservado.


Sintomas que podem surgir


A gravidade dos sintomas depende da
quantidade de líquido acumulado e da rapidez com que ele se forma. Os mais comuns incluem:


  • Falta de ar progressiva
  • Tosse seca e persistente
  • Sensação de pressão ou dor leve no tórax
  • Cansaço extremo
  • Perda de apetite e emagrecimento
  • Desconforto ao deitar-se ou ao respirar profundamente


Como o diagnóstico é feito?


O diagnóstico é feito principalmente através de exames de imagem.


Radiografia de tórax:
Ajuda a identificar a presença de líquido ao redor dos pulmões.


Tomografia computadorizada:
Permite uma avaliação mais detalhada do derrame e de possíveis lesões associadas.


Ultrassonografia torácica:
Facilita a localização exata do líquido para guiar procedimentos como punções.


Toracocentese


Esse exame consiste na
retirada do líquido pleural com uma agulha fina para análise laboratorial. Ele ajuda a identificar se há presença de células tumorais, alterações nas proteínas, glicose e outros componentes do líquido.


Citologia e biópsia da pleura


A citologia do líquido
confirma a presença de células malignas em boa parte dos casos. Quando o resultado é inconclusivo, pode ser indicada uma biópsia da pleura — geralmente feita por toracoscopia — para maior precisão diagnóstica.


Quais são as opções de tratamento?


Controle dos sintomas


Toracocentese repetida:
Ajuda a aliviar a falta de ar, mas o líquido pode retornar em pouco tempo.


Dreno pleural com pleurodese:
Consiste na colocação de um dreno no tórax e aplicação de uma substância (geralmente talco) para colar o pulmão à pleura, impedindo novo acúmulo.


Cateter pleural de longa permanência:
Um tubo flexível permite que o próprio paciente, em casa, drene o líquido com segurança e conforto.


Tratamento do tumor de base


  1. Quimioterapia: Indicada principalmente para cânceres que respondem bem ao tratamento, como linfomas e câncer de mama.
  2. Imunoterapia ou terapias-alvo: Dependendo do tipo de tumor e das características moleculares, essas terapias podem ser indicadas para controlar a doença e reduzir a produção de líquido.


Cirurgia em casos selecionados


  • Toracoscopia com pleurectomia parcial

Retirada cirúrgica de parte da pleura para reduzir a chance de novo acúmulo. Indicada em casos selecionados de mesotelioma pleural.


Prognóstico e qualidade de vida


O derrame pleural maligno, por estar geralmente ligado a um estágio avançado do câncer, pode reduzir a expectativa de vida — que varia conforme o tipo de tumor, a resposta ao tratamento e o estado geral do paciente. Apesar disso,
com o manejo adequado, é possível aliviar os sintomas e proporcionar mais conforto ao longo da jornada.


Cuidados paliativos


A presença de derrame pleural maligno denota uma doença em estágio avançado, onde um dos principais objetivos do tratamento é o
controle dos sintomas e o bem-estar do paciente. A atuação de uma equipe de cuidados paliativos é essencial para garantir dignidade, conforto e suporte emocional durante todas as fases da doença.


Quando procurar ajuda médica?


Caso surjam sintomas como falta de ar persistente, dor no peito ou cansaço que piora progressivamente,
é importante procurar atendimento médico o quanto antes. O diagnóstico precoce permite iniciar o tratamento adequado e reduzir o impacto do derrame pleural na vida do paciente.


Perguntas frequentes


  • O que é derrame pleural maligno?

    É o acúmulo de líquido com células cancerígenas na pleura, membrana que envolve os pulmões, dificultando a respiração. Geralmente está associado a tumores avançados.


  • Quais são os sintomas do derrame pleural maligno?

    Os sintomas mais comuns são falta de ar, tosse seca, dor ou pressão no peito, cansaço intenso e perda de apetite. A gravidade depende da quantidade de líquido acumulado.

  • Quais tipos de câncer mais causam derrame pleural maligno?

    Os principais são câncer de pulmão, mama, ovário, linfoma, cólon e mesotelioma. Todos podem levar à disseminação de células para a pleura.


  • Como saber se o derrame pleural é maligno?

    A confirmação é feita por meio da análise do líquido pleural obtido por toracocentese. A presença de células cancerosas na citologia ou biópsia pleural confirma o diagnóstico.


  • O derrame pleural maligno tem cura?

    Na maioria dos casos, não há cura definitiva, pois ele costuma indicar câncer em estágio avançado. O tratamento visa controle dos sintomas e melhora da qualidade de vida.


  • Qual o tratamento mais indicado para derrame pleural maligno?

    Pode envolver toracocentese, pleurodese, cateter pleural de longa permacência, quimioterapia, imunoterapia e, em alguns casos, cirurgia. A escolha depende do tipo de câncer e do estado clínico do paciente.


  • O derrame pleural maligno volta mesmo após drenagem?

    Sim, é comum que o líquido volte a se acumular. Por isso, medidas como pleurodese ou cateter de longa permanência são indicadas para controle mais duradouro.


  • Qual a expectativa de vida em casos de derrame pleural maligno?

    Varia conforme o tipo de câncer e a resposta ao tratamento. Em média, a sobrevida é de alguns meses a um ano, mas cada caso é único.


  • Qual a diferença entre derrame pleural comum e maligno?

    O derrame maligno contém células tumorais e está associado a câncer. Já o comum pode ter causas benignas, como infecções ou insuficiência cardíaca.

  • Como o derrame pleural maligno afeta a qualidade de vida a longo prazo?

    Ele pode causar desconforto respiratório persistente, limitar atividades do dia a dia e gerar necessidade de internações ou drenagens frequentes, exigindo acompanhamento contínuo.


  • O derrame pleural maligno pode ser o primeiro sinal de um câncer oculto?

    Sim. Em alguns casos, o acúmulo de líquido na pleura é o primeiro indicativo de um câncer ainda não diagnosticado, especialmente em tumores como linfoma ou câncer de ovário.


  • A presença de células tumorais na pleura sempre confirma o estágio avançado da doença?

    Na maioria dos casos, sim. O envolvimento da pleura indica disseminação do câncer, o que geralmente classifica a doença como estágio IV, com impacto no planejamento terapêutico.


  • O derrame pleural maligno pode causar infecção?

    Sim. Se o líquido se acumular por muito tempo ou se o cateter não for bem manejado, há risco de infecções pleurais, que exigem tratamento imediato.

  • O derrame pleural maligno sempre precisa ser tratado com cirurgia?

    Não. A cirurgia é indicada apenas em casos específicos. Muitas vezes, o controle pode ser feito com drenagens, pleurodese ou cateter, dependendo da resposta ao tratamento oncológico.

  • Quando procurar um médico ao suspeitar de derrame pleural?

    Ao perceber falta de ar progressiva, dor no peito, tosse persistente ou piora do estado geral. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações.




Cirurgia torácica em São Paulo | Dra. Letícia Lauricella


O derrame pleural maligno é uma condição que exige atenção médica especializada, pois
impacta diretamente na respiração e na qualidade de vida de pacientes com câncer. O diagnóstico preciso e o tratamento adequado — que pode incluir drenagem, pleurodese, quimioterapia ou uso de cateteres — são fundamentais para aliviar os sintomas e permitir mais conforto. Se você ou alguém próximo apresenta sintomas respiratórios persistentes e têm histórico de câncer, não deixe de procurar um especialista.


Você já conhecia todas essas opções de tratamento para o derrame pleural maligno? Compartilhe este artigo com alguém que possa se beneficiar dessas informações!


Se você está em busca de um especialista em cirurgia torácica, sou a
Dra. Leticia Lauricella, formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), sendo a primeira mulher contratada como assistente do grupo de Cirurgia Torácica da FMUSP. Atuo em hospitais em São Paulo, e tenho como objetivo oferecer aos pacientes as opções mais avançadas e eficazes de tratamento, ao mesmo tempo em que busco contribuir para o avanço da ciência médica por meio da pesquisa. Para mais informações navegue no site ou para agendar uma consulta clique aqui.

E continue acompanhando a central educativa para mais conteúdos relacionados à saúde.

Agende uma consulta

Utilize o elemento do Doctoralia ao lado para agendar sua consulta com a Dra. Leticia Lauricella.

Leticia Lauricella - Doctoralia.com.br

Continue aprendendo

Confira mais conteúdo educativo

quilotórax
By Letícia Lauricella October 23, 2025
Entenda o que é o quilotórax, suas principais causas, sintomas e o tratamento dessa condição que pode comprometer a função pulmonar.
Segmentectomia
By Letícia Lauricella October 16, 2025
Conheça o que é segmentectomia, quem pode se beneficiar da técnica robótica, e como a cirurgia preserva mais função pulmonar com precisão e segurança.
para que serve dreno de torax
By Letícia Lauricella October 14, 2025
Dreno de tórax: Para que serve, sua importância no pós-operatório e como ele contribui para uma recuperação segura e eficaz.
lobectomia
By Letícia Lauricella October 7, 2025
Técnicas cirúrgicas da lobectomia pulmonar: Conheça quais são, suas indicações e benefícios. Entenda como esse procedimento trata doenças pulmonares com eficácia.
câncer de pulmão de não pequenas células
By Letícia Lauricella October 7, 2025
Conheça as opções de tratamento para o câncer de pulmão de não pequenas células, incluindo cirurgia, quimioterapia, imunoterapia e terapias-alvo.
pneumectomia
By Letícia Lauricella October 2, 2025
O que é a pneumectomia: Quando é indicada e como é realizada. Entenda os cuidados pré e pós-operatórios e as técnicas cirúrgicas envolvidas.
ressecção em cunha
By Letícia Lauricella September 10, 2025
Ressecção em cunha: Entenda o que é, quando ela é indicada e como esse procedimento pode preservar a função pulmonar em casos selecionados.
hiperplasia tímica
By Letícia Lauricella September 3, 2025
Saiba o que é a hiperplasia tímica, quais os sintomas e quais as opções de tratamento disponíveis para essa condição.
decorticação pulmonar
By Letícia Lauricella August 27, 2025
Decorticação pulmonar: Saiba o que é, quando ela é recomendada, quais são seus benefícios e como esse procedimento pode impactar positivamente o seu prognóstico.
como se preparar para uma cirurgia torácica
By Letícia Lauricella August 20, 2025
Entenda como se preparar para uma cirurgia torácica com mais segurança, reduzindo riscos, acelerando a recuperação e se sentindo mais confiante no pré-operatório.
Carregar mais