Pneumectomia: Indicações e como é feita a cirurgia

Letícia Lauricella • October 2, 2025

A pneumectomia é uma cirurgia de grande porte que envolve a remoção completa de um dos pulmões. Embora seja uma intervenção complexa, ela pode ser essencial para tratar condições pulmonares graves, como certos tipos de câncer ou mesmo doenças benignas como bronquiectasias..


Neste artigo, exploraremos o que é a pneumectomia, suas indicações, como é realizada, os cuidados necessários e as técnicas cirúrgicas disponíveis.
Continue lendo para entender melhor este procedimento e suas implicações.


O que é a pneumectomia?


A pneumectomia é um procedimento cirúrgico em que
todo um pulmão é removido. Essa cirurgia é indicada em situações mais complexas, quando outras formas de tratamento, como medicamentos ou cirurgias menores, não são suficientes. A decisão de realizar uma pneumectomia é sempre muito criteriosa e envolve a análise da gravidade da doença, do estado clínico do paciente e da função pulmonar restante.


Quando a pneumectomia é indicada?


Esse tipo de cirurgia costuma ser reservado para casos específicos, nos quais
preservar o pulmão já não é mais possível sem colocar a saúde do paciente em risco. Entre as principais indicações estão:


Câncer de pulmão avançado em um único lado


Quando o tumor
está muito extenso e não pode ser retirado por cirurgias menores, a remoção completa do pulmão afetado pode ser a melhor opção para controle da doença.


Infecções pulmonares graves e recorrentes


Em quadros infecciosos que não respondem ao tratamento clínico — como
abscessos ou infecções crônicas que causam destruição extensa do pulmão — a pneumectomia pode ser necessária para evitar novas complicações. 


Doenças pulmonares crônicas e irreversíveis


Em
casos bronquiectasias ou sequelas de tuberculose, quando o pulmão já perdeu completamente sua função e passa a comprometer o restante do sistema respiratório, a retirada pode ser indicada como último recurso.


Quais são os tipos de pneumectomia?


A escolha da técnica depende da condição clínica do paciente e do tipo de doença a ser tratada. As duas principais modalidades são:

  • Pneumectomia convencional

Envolve a retirada total de um dos pulmões, sem envolver estruturas adjacentes. É o tipo mais comum, geralmente realizado em casos de câncer localizado.

  • Pneumectomia extrapleural

Trata-se de uma cirurgia mais extensa, indicada principalmente em casos como o mesotelioma maligno. Nesse procedimento, além do pulmão, são removidas estruturas próximas — como parte da pleura, pericárdio e diafragma — quando essas regiões também estão comprometidas.


Como é feita a preparação para a pneumectomia?


Antes de uma pneumectomia, é essencial garantir que o paciente esteja
bem preparado e em condições clínicas adequadas para enfrentar uma cirurgia de grande porte. Esse preparo inclui uma série de exames e orientações importantes:


Exames de imagem:
Tomografia de tórax e PET-CT ajudam a entender melhor a extensão da doença e se há sinais de disseminação.


Testes de função pulmonar:
Avaliam a capacidade respiratória e ajudam a prever como o organismo irá se adaptar à vida com apenas um pulmão.


Avaliação do coração:
O coração também precisa estar bem para suportar a cirurgia. Por isso, exames como eletrocardiograma e ecocardiograma são realizados.


Parar de fumar:
Se o paciente fuma, é fundamental interromper o tabagismo pelo menos quatro semanas antes da cirurgia. Isso melhora a função pulmonar e reduz o risco de complicações respiratórias no pós-operatório.


Como a pneumectomia é realizada?


A técnica utilizada depende de fatores como o estágio da doença, a localização do problema e a experiência da equipe médica. As opções incluem:


Cirurgia aberta (toracotomia)


É a abordagem tradicional, feita por uma incisão maior no tórax. Permite
acesso direto ao pulmão, sendo indicada quando o tumor é extenso ou está localizado em regiões mais profundas.


Videotoracoscopia (VATS)


Minimamente invasiva, a VATS é feita por pequenas incisões e uma câmera que guia o cirurgião. Por ser
menos traumática, tende a reduzir a dor no pós-operatório, o tempo de internação e o risco de complicações.


Cirurgia robótica


É uma evolução da videotoracoscopia. Com a ajuda de um robô, o cirurgião realiza
movimentos mais precisos e delicados, com visão tridimensional. É especialmente útil em casos complexos ou em áreas de difícil acesso.


Leia também:

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Cuidados no pós-operatório


O período pós-cirúrgico exige
atenção redobrada. Os principais cuidados incluem:

  • Monitoramento em UTI nos primeiros dias, com controle rigoroso dos sinais vitais.
  • Fisioterapia respiratória precoce, que ajuda o paciente a reaprender a respirar de forma eficiente com apenas um pulmão.
  • Controle da dor, para permitir que o paciente respire profundamente e evite complicações como acúmulo de secreções ou infecções.
  • Cuidados com o curativo e a incisão, mantendo a área sempre limpa para prevenir infecções.
  • Acompanhamento contínuo, com consultas médicas para verificar a cicatrização, a função pulmonar e ajustar a rotina conforme a evolução da recuperação.


Quais são os riscos da pneumectomia?


Apesar de ser um procedimento seguro quando bem indicado e realizado por equipes experientes, a pneumectomia envolve riscos. Entre os principais:


Infecção no local da cirurgia; acúmulo de líquido ou ar na cavidade torácica; sangramento; alterações na função pulmonar ou cardíaca; fístula broncopleural (comunicação anormal entre brônquio e espaço pleural) — uma complicação rara, mas séria.


Todos esses riscos são monitorados de perto durante e após a internação. A
resposta rápida da equipe médica é fundamental para garantir a segurança do paciente.


Recuperação e qualidade de vida após a pneumectomia


O tempo de recuperação varia de acordo com o estado geral do paciente, a técnica cirúrgica utilizada e possíveis comorbidades. Em geral:


  1. O paciente permanece internado por alguns dias, sendo inicialmente monitorado na UTI;
  2. A fisioterapia respiratória é iniciada ainda no hospital;
  3. Após a alta, é comum que o retorno gradual às atividades aconteça ao longo de semanas ou meses.


A boa notícia é que
muitos pacientes retomam suas rotinas com qualidade de vida, mesmo após a remoção de um pulmão. Para isso, é essencial:

  • Manter o acompanhamento médico regular
  • Evitar fumar
  • Adotar hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e exercícios leves
  • Estar atento a sinais como falta de ar progressiva, cansaço fora do habitual ou dor persistente


Perguntas frequentes


  • Qual o conceito de pneumectomia?

    A pneumectomia é uma cirurgia em que um dos pulmões é completamente removido. É indicada em casos específicos de câncer, infecções graves ou doenças pulmonares que comprometem todo o órgão.

  • Quando a pneumectomia é indicada?

    A cirurgia é recomendada quando não é possível preservar parte do pulmão devido à extensão da doença, especialmente em casos de câncer pulmonar avançado, infecções irreversíveis ou tumores agressivos.

  • A pneumectomia é a primeira opção de tratamento?

    Geralmente, não. A decisão por remover todo o pulmão só é tomada quando outras abordagens menos invasivas, como lobectomia ou segmentectomia, não são suficientes para controlar a doença.

  • Como é feita a cirurgia de pneumectomia?

    A cirurgia pode ser realizada por toracotomia (aberta) ou por técnicas minimamente invasivas, como videotoracoscopia ou cirurgia robótica, dependendo do caso clínico e da experiência da equipe médica.

  • Quanto tempo dura a internação após a pneumectomia?

    O tempo de internação varia de 5 a 10 dias, mas pode ser maior se houver complicações. Nos primeiros dias, o paciente costuma ser monitorado em unidade de terapia intensiva.

  • Quais são as complicações da pneumonectomia?

    As principais complicações incluem infecções, sangramentos, fístula broncopleural, embolia pulmonar, insuficiência respiratória e arritmias. O risco depende do estado clínico do paciente e da complexidade do caso, exigindo avaliação e monitoramento cuidadoso no pós-operatório.

  • É possível viver com apenas um pulmão?

    Sim. Muitas pessoas levam uma vida ativa e com boa qualidade mesmo após a remoção de um pulmão. A adaptação depende da capacidade pulmonar remanescente e dos cuidados durante a recuperação.

  • Como é a recuperação após a cirurgia?

    A recuperação envolve repouso, fisioterapia respiratória, controle da dor e reavaliações médicas periódicas. A adaptação à respiração com um único pulmão pode levar algumas semanas.


  • O que muda na rotina após a pneumectomia?

    Pacientes devem evitar atividades de esforço intenso nas primeiras semanas, manter alimentação equilibrada, fazer acompanhamento com a equipe médica e evitar exposição a infecções respiratórias.


  • A pneumectomia pode ser curativa em casos de câncer?

    Sim, em alguns casos de câncer de pulmão localizado, a remoção completa do pulmão afetado pode oferecer chances de cura, especialmente quando associada a outras terapias, como quimioterapia ou imunoterapia.

  • Como saber se o pulmão remanescente é suficiente após a pneumectomia?

    Antes da cirurgia, testes específicos de função pulmonar e exames de imagem ajudam a prever se o outro pulmão tem capacidade de suprir a respiração sozinho com segurança.

  • É possível fazer pneumectomia em pacientes com doenças cardíacas?

    Sim, mas depende do controle da doença. Avaliações cardiológicas rigorosas são feitas para garantir que o coração suportará a sobrecarga após a remoção do pulmão.

  • A pneumectomia afeta a oxigenação do corpo a longo prazo?

    Pode afetar em algum grau, mas o pulmão remanescente costuma compensar essa perda. A fisioterapia respiratória e o acompanhamento médico são essenciais para adaptar o organismo.


  • Existe risco de desvio do mediastino após a retirada do pulmão?

    Sim. A ausência de um pulmão pode causar deslocamento de estruturas torácicas, mas isso é previsto e monitorado no pós-operatório. Em muitos casos, o corpo se adapta sem necessidade de intervenção.


  • O que é a síndrome pós-pneumonectomia?

    É uma complicação rara que ocorre quando há deslocamento excessivo do mediastino após a retirada de um pulmão, podendo comprimir vias aéreas e causar falta de ar, tosse ou dificuldade respiratória. Exige acompanhamento rigoroso e, em alguns casos, correção cirúrgica.

Cirurgia torácica em São Paulo | Dra. Letícia Lauricella


A pneumectomia é uma cirurgia complexa, mas
pode ser essencial para tratar condições pulmonares graves e potencialmente salvar vidas. Compreender o que é pneumectomia, as indicações, o procedimento e o processo de recuperação pode ajudar pacientes e suas famílias a se prepararem melhor para essa cirurgia. Se você ou alguém que você conhece está considerando uma pneumectomia, é importante discutir todas as opções e possíveis riscos com seu médico.


Como está sua saúde pulmonar? Você tem feito check-ups?


Se você está em busca de um especialista em cirurgia torácica, sou a
Dra. Leticia Lauricella, formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), sendo a primeira mulher contratada como assistente do grupo de Cirurgia Torácica da FMUSP. Atuo em hospitais em São Paulo, e tenho como objetivo oferecer aos pacientes as opções mais avançadas e eficazes de tratamento, ao mesmo tempo em que busca contribuir para o avanço da ciência médica por meio da pesquisa. Para mais informações navegue no site ou para agendar uma consulta clique aqui.

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