Ressecção pulmonar em cunha: Entenda o procedimento
A ressecção pulmonar em cunha é uma técnica cirúrgica utilizada para remover uma pequena porção do pulmão, geralmente contendo uma lesão ou nódulo. Trata-se de um procedimento conservador e minimamente invasivo, indicado em situações específicas, como biópsia diagnóstica ou tratamento de tumores localizados. Sua principal vantagem está em preservar o máximo possível do tecido pulmonar.
Neste artigo, você vai entender em detalhes o que é a ressecção em cunha, quando ela é recomendada, como é realizada e quais os benefícios para o paciente.
Continue a leitura para entender melhor o assunto.
O que é a ressecção em cunha?
A ressecção em cunha é um tipo de cirurgia pulmonar em que
se retira uma pequena porção triangular do pulmão, geralmente envolvendo um nódulo, uma lesão suspeita ou uma área de inflamação. Ao contrário de técnicas mais extensas, como a lobectomia (remoção de um lobo inteiro do pulmão), essa abordagem
preserva boa parte do tecido pulmonar.
Trata-se de uma técnica
não anatômica, ou seja, a remoção não segue os limites naturais dos segmentos pulmonares. Por isso, costuma ser indicada quando o objetivo é obter um diagnóstico preciso ou quando é necessário intervir em casos iniciais de câncer em pacientes que não têm condição clínica para cirurgias maiores.
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Quando a ressecção em cunha é indicada?
A ressecção pulmonar em cunha pode ser recomendada em diversas situações clínicas, tanto para
fins diagnósticos quanto terapêuticos. Veja os principais contextos em que essa técnica é utilizada:
Indicações diagnósticas
Remoção de nódulos indeterminados para análise patológica, quando outros métodos, como biópsia com agulha fina ou broncoscopia, não foram conclusivos;
Investigação
de lesões suspeitas, permitindo um diagnóstico definitivo com segurança.
Indicações terapêuticas
- Tratamento de tumores pulmonares iniciais, especialmente quando o paciente não tem condições clínicas para procedimentos mais extensos;
- Ressecção de metástases pulmonares isoladas, em casos selecionados, com potencial benefício oncológico;
- Controle de infecções localizadas como pequenos abscessos ou nódulos infecciosos;
- Correção de perfurações ou controle de sangramentos localizados que não respondem a outras medidas.
Essa versatilidade torna a técnica uma importante aliada tanto na investigação quanto no tratamento de diversas condições pulmonares.
Como o procedimento é realizado?
A técnica da ressecção em cunha pode ser feita por diferentes abordagens, de acordo com o caso clínico e os recursos disponíveis. A escolha considera o tamanho e a localização da lesão, as condições do paciente e a experiência da equipe médica.
Cirurgia minimamente invasiva
Videotoracoscopia (VATS): Feita por pequenas incisões, com auxílio de uma câmera de alta definição. É a abordagem mais utilizada atualmente, por oferecer menor dor no pós-operatório e recuperação mais rápida.
Cirurgia robótica: Utiliza braços robóticos controlados pelo cirurgião, com excelente precisão e visão ampliada em 3D. É especialmente útil em casos delicados ou de difícil acesso.
Cirurgia convencional
Toracotomia: Envolve uma incisão maior na parede torácica. É indicada em situações mais complexas, como quando há aderências extensas ou impossibilidade técnica de realizar a cirurgia por vídeo.
Durante o procedimento, o cirurgião
remove a área comprometida com uma margem de segurança
em volta da lesão. Esse fragmento pulmonar é encaminhado para análise anatomopatológica, que confirmará o diagnóstico e poderá, se necessário, orientar uma ampliação cirúrgica ou complementação do tratamento.
Quais são as vantagens da ressecção em cunha?
A ressecção em cunha oferece uma série de benefícios, especialmente quando comparada a cirurgias pulmonares mais extensas. Por ser uma abordagem menos agressiva, ela é uma excelente opção para casos selecionados, com foco na
preservação da saúde pulmonar. Entre os principais pontos positivos estão:
- Preservação da função respiratória, sendo ideal para pacientes que já têm a capacidade pulmonar comprometida;
- Recuperação mais rápida, com internações mais curtas, principalmente quando a técnica minimamente invasiva é utilizada;
- Menor dor no pós-operatório, graças às incisões pequenas e ao menor trauma na parede torácica;
- Alta taxa de acerto diagnóstico, especialmente útil na investigação de nódulos indeterminados;
- Possibilidade de tratamento curativo em lesões pequenas e bem localizadas, com margem segura de ressecção.
Quais são os riscos e possíveis complicações?
Embora a ressecção em cunha seja considerada uma técnica segura e bem tolerada, como qualquer procedimento cirúrgico, ela envolve riscos que devem ser avaliados com cautela. Entre as complicações mais observadas estão:
- Sangramentos intraoperatórios;
- Fístula aérea, caracterizada pelo vazamento prolongado de ar pelo dreno torácico;
- Infecções, que podem ocorrer tanto na ferida operatória quanto nos pulmões;
- Desconforto respiratório no pós-operatório, especialmente em pacientes com doenças pulmonares prévias.
Por isso, a indicação cirúrgica deve sempre ser individualizada, considerando o histórico clínico do paciente, os exames de imagem e os testes de função pulmonar.
Comparação com outras técnicas cirúrgicas
Técnica Cirúrgica | Volume pulmonar removido | Indicação principal |
---|---|---|
Ressecção em cunha | Pequeno (não anatômico) | Lesões pequenas e periféricas ou para diagnóstico |
Segmentectomia anatômica | Segmento do lobo pulmonar | Tumores pequenos com margem de segurança |
Lobectomia | Lobo completo do pulmão | Tumores malignos de qualquer tamanho, doenças que acometem o lobo inteiro (ex: bronquiectasias) |
A escolha da técnica depende de diversos fatores: localização e tipo da lesão, função pulmonar do paciente, e presença de outras doenças.
Perguntas frequentes
O que é a ressecção pulmonar?
É um procedimento cirúrgico em que parte do pulmão é removida, podendo variar desde pequenos segmentos até um lobo inteiro, dependendo da lesão e do diagnóstico.
O que é a ressecção de cunha?
É um tipo de ressecção pulmonar conservadora, que remove apenas uma pequena área triangular do pulmão ao redor de um nódulo ou lesão, preservando a maior parte do órgão.
Quando a ressecção em cunha é indicada?
É indicada para diagnosticar nódulos pulmonares indeterminados, tratar tumores iniciais, remover metástases isoladas ou controlar infecções e sangramentos localizados.
A ressecção em cunha pode curar o câncer de pulmão?
Sim, em casos iniciais e bem localizados, especialmente quando não há condições clínicas para uma lobectomia. A margem de segurança e o estadiamento adequado são fundamentais.
Qual a diferença entre ressecção em cunha e lobectomia?
A ressecção em cunha remove apenas uma pequena parte do pulmão sem seguir divisões anatômicas, enquanto a lobectomia retira um lobo pulmonar inteiro.
Como é feita a ressecção em cunha?
Pode ser realizada por videotoracoscopia, cirurgia robótica ou toracotomia, dependendo da complexidade do caso e da experiência da equipe médica.
Qual o tempo médio de internação após o procedimento?
Geralmente de 1 a 3 dias, podendo variar conforme o tipo de cirurgia, a recuperação do paciente e a presença de comorbidades.
É preciso fazer fisioterapia após a cirurgia?
Sim. A fisioterapia respiratória é recomendada para prevenir complicações, acelerar a recuperação e melhorar a capacidade respiratória.
Como o cirurgião decide a quantidade de tecido pulmonar a ser retirada na ressecção em cunha?
A decisão é baseada na localização e no tamanho da lesão, garantindo uma margem de segurança ao redor do nódulo, sem comprometer áreas saudáveis desnecessariamente.
A ressecção em cunha impede que outras cirurgias pulmonares sejam feitas no futuro?
Não necessariamente. Como é uma técnica conservadora, ela preserva grande parte do pulmão, permitindo que outras abordagens cirúrgicas sejam consideradas se necessário.
É possível realizar uma ressecção em cunha mesmo com múltiplas lesões pulmonares?
Sim, em alguns casos, é possível remover múltiplas lesões isoladas por ressecções em cunha, desde que a função pulmonar do paciente permita.
A ressecção em cunha exige retirada de linfonodos?
Nem sempre, mas em casos de suspeita de câncer, a avaliação dos linfonodos é essencial para o estadiamento adequado da doença e para orientar o tratamento posterior.
Como o cirurgião garante que o nódulo foi totalmente removido?
Durante o procedimento, a lesão é retirada com margem de segurança, e o material é enviado para exame patológico, que confirma se a remoção foi completa.
O paciente pode respirar normalmente com a parte removida do pulmão?
Sim. A função respiratória se adapta bem após a retirada de uma pequena porção pulmonar, especialmente quando o restante do pulmão está saudável.
Cirurgia torácica em São Paulo | Dra. Letícia Lauricella
A ressecção em cunha é uma opção cirúrgica segura, conservadora e eficaz, especialmente indicada em casos de lesões pulmonares pequenas ou pacientes com função pulmonar limitada. Com técnicas minimamente invasivas, o procedimento oferece excelente recuperação e pode ser utilizado tanto com finalidade diagnóstica quanto terapêutica. Em mãos experientes,
a abordagem preserva a saúde pulmonar e pode, em muitos casos, representar uma solução definitiva.
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Se você está em busca de um especialista em cirurgia torácica, sou a
Dra. Leticia Lauricella, formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), sendo a primeira mulher contratada como assistente do grupo de Cirurgia Torácica da FMUSP. Atuo em hospitais em São Paulo, e meu objetivo é oferecer aos meus pacientes as
opções mais avançadas e eficazes de tratamento, ao mesmo tempo em que busco contribuir para o avanço da ciência médica por meio da pesquisa. Para mais informações navegue no meu
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