Tratamento do câncer de pulmão de não pequenas células
O câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) representa a maioria dos casos de câncer de pulmão e engloba subtipos como adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas e carcinoma de grandes células. O tratamento do CPNPC varia conforme o estágio da doença, características moleculares do tumor e condições clínicas do paciente.
Este artigo compartilha as abordagens terapêuticas disponíveis, desde intervenções cirúrgicas até terapias sistêmicas, proporcionando uma visão abrangente para pacientes e profissionais de saúde.
Continue e entenda mais sobre o tratamento do câncer de pulmão de não pequenas células.
Entendendo o câncer de pulmão de não pequenas células
O câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) é o tipo
mais comum entre os tumores pulmonares e se caracteriza por um
crescimento mais lento e uma evolução diferente do câncer de pequenas células. O diagnóstico precoce e a definição do subtipo são fundamentais para determinar o tratamento mais adequado.
Principais subtipos do CPNPC
Adenocarcinoma: geralmente localizado nas regiões mais periféricas do pulmão, pode ocorrer em pessoas que nunca fumaram.
Carcinoma de células escamosas: quase sempre associado ao tabagismo e costuma se desenvolver nas vias aéreas centrais.
Carcinoma de grandes células: menos comum, pode surgir em qualquer parte do pulmão e tende a crescer rapidamente.
Estadiamento
Saber em que
estágio
a doença se encontra é fundamental para definir a melhor abordagem terapêutica. O estadiamento considera a extensão do tumor, o envolvimento de linfonodos e a presença de metástases.
Estágio I: o tumor está restrito ao pulmão, sem acometimento de linfonodos.
Estágio II: o tumor ainda é localizado, mas já há linfonodos regionais comprometidos.
Estágio III: o câncer envolve linfonodos do mediastino ou estruturas próximas.
Estágio IV: é a fase metastática, quando o tumor se disseminou para outros órgãos.
Quais são os tratamentos para o câncer de pulmão de não pequenas células?
O tratamento do CPNPC é individualizado e pode envolver
uma ou mais modalidades terapêuticas. A escolha depende do estágio, das características moleculares do tumor, do estado geral do paciente e da função pulmonar.
Cirurgia
É uma das principais opções para os
estágios iniciais (I e II), quando o tumor está localizado. Os procedimentos mais comuns são:
Lobectomia
remoção completa de um dos lobos do pulmão, sendo a técnica mais utilizada.
indicada para tumores menores, remove apenas uma parte do lobo, preservando maior volume pulmonar.
Pneumonectomia
envolve a retirada de todo o pulmão, recomendada em casos específicos, quando o tumor é mais extenso.
Radioterapia
Indicada quando a
cirurgia não é possível ou como complemento
ao tratamento cirúrgico. Em tumores pequenos, localizados e sem metástase, pode ser feita por técnicas modernas como a radioterapia estereotática (SBRT), com alta precisão e poucos efeitos colaterais.
Quimioterapia
A quimioterapia ainda tem papel importante no tratamento do câncer de pulmão de não pequenas células, em especial nas fases mais avançadas. Pode ser aplicada de três formas:
- Neoadjuvante: antes da cirurgia, para reduzir o tamanho do tumor.
- Adjuvante: depois da cirurgia, para eliminar possíveis células residuais.
- Paliativa: quando a doença não pode ser curada, mas o objetivo é controlar os sintomas e prolongar a vida.
Leia também:
Terapia adjuvante e neoadjuvante no câncer de pulmão: Cuidados perioperatórios
Terapias-alvo
Essas terapias são indicadas quando o tumor apresenta
mutações genéticas específicas — como EGFR, ALK, ROS1 e BRAF. Nesses casos, medicamentos orais específicos podem bloquear essas alterações e impedir a multiplicação das células tumorais. É o caso de:
- Osimertinibe (EGFR+)
- Crizotinibe (ALK+ ou ROS1+)
- Dabrafenibe + Trametinibe (BRAF+)
Essas drogas têm menos efeitos colaterais do que a quimioterapia convencional e costumam ser bem toleradas.
Imunoterapia
A imunoterapia vem revolucionando o tratamento do CPNPC, principalmente nos estágios mais avançados. Ela estimula o próprio sistema imunológico do paciente a
reconhecer e combater
as células cancerígenas.
Medicamentos como pembrolizumabe e nivolumabe têm demonstrado excelentes resultados, especialmente em tumores com alta expressão da proteína PD-L1. A imunoterapia pode ser usada sozinha ou combinada à quimioterapia, conforme o perfil molecular do tumor.
Uma abordagem personalizada e multidisciplinar
O tratamento do câncer de pulmão de não pequenas células deve ser conduzido por uma equipe especializada. Cirurgiões torácicos, oncologistas clínicos, radioterapeutas, patologistas e outros profissionais trabalham juntos para
oferecer ao paciente a melhor estratégia possível — baseada em evidências científicas e adaptada à sua realidade clínica.
Cada paciente é único, e cada plano de tratamento deve considerar não apenas o estágio da doença, mas também a qualidade de vida, os objetivos terapêuticos e o suporte necessário ao longo do processo.
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Médico especialista em câncer de pulmão: Quando buscar por este profissional?
Perguntas frequentes
O que significa câncer de pulmão não pequenas células?
É o tipo mais comum de câncer de pulmão, responsável por cerca de 85% dos casos. Ele cresce e se espalha mais lentamente do que o tipo de pequenas células, e possui subtipos como adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas e carcinoma de grandes células.
Quais são os tratamentos disponíveis para o câncer de pulmão de não pequenas células?
As opções incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e terapias-alvo. A escolha depende do estágio da doença, do perfil molecular do tumor e das condições clínicas do paciente.
A cirurgia é indicada em todos os casos de câncer de pulmão de não pequenas células?
Não. A cirurgia é geralmente indicada para os estágios iniciais (I e II) e alguns casos de doença localmente avançada (IIIA), quando o tumor está restrito ao pulmão e não há metástase. Em estágios avançados, outras terapias são priorizadas.
O que são terapias-alvo e quando elas são usadas?
São tratamentos que atuam diretamente em mutações genéticas específicas do tumor, como EGFR, ALK e ROS1. São indicadas após testes moleculares e costumam ser bem toleradas, com menor toxicidade.
Todo paciente com câncer de pulmão de não pequenas células precisa fazer quimioterapia?
Nem sempre. A quimioterapia é indicada em casos específicos, como tratamento adjuvante após cirurgia, para redução do tumor antes da cirurgia (neoadjuvante), ou em doença avançada como terapia paliativa.
Quais exames são feitos antes de decidir o melhor tratamento?
Geralmente são realizados tomografia, PET-CT, biópsia, testes de função pulmonar, exames laboratoriais e testes genéticos (painel molecular), que ajudam a definir a melhor abordagem para cada caso.
O câncer de pulmão de não pequenas células tem cura?
Nos estágios iniciais, há boas chances de cura com cirurgia e tratamento complementar. Em estágios avançados, o objetivo é controlar a doença, aliviar sintomas e prolongar a vida com qualidade.
Quais são os efeitos colaterais mais comuns do tratamento?
Vão depender do tipo de tratamento utilizado. Quimioterapia pode causar náuseas e queda de cabelo; imunoterapia pode causar fadiga ou inflamações; cirurgia pode trazer dor pós-operatória e limitação respiratória temporária.
Como sei se meu câncer de pulmão tem mutações genéticas que podem mudar o tratamento?
Através de testes moleculares realizados a partir da biópsia do tumor. Eles identificam mutações como EGFR, ALK e outras, permitindo o uso de terapias-alvo mais eficazes e personalizadas.
É possível preservar parte do pulmão durante a cirurgia?
Sim. Em casos selecionados, a segmentectomia permite remover apenas uma pequena parte do pulmão, preservando mais função respiratória do que a lobectomia tradicional.
Qual é a diferença entre controlar o câncer e curá-lo?
Curar significa eliminar completamente a doença. Controlar é manter o tumor estável, sem crescimento, aliviando os sintomas e prolongando a vida com qualidade, especialmente em estágios avançados.
A reabilitação pulmonar pode ajudar após o tratamento?
Sim. A fisioterapia respiratória e programas de reabilitação pulmonar são fundamentais para recuperar a capacidade respiratória e melhorar a qualidade de vida, especialmente após cirurgias ou tratamentos mais intensivos.
Devo repetir os testes genéticos se a doença progredir?
Em muitos casos, sim. A repetição dos testes moleculares pode revelar novas mutações ou alterações que abrem caminho para outras opções terapêuticas.
O tratamento precisa ser interrompido se eu tiver efeitos colaterais?
Nem sempre. A maioria dos efeitos adversos pode ser controlada com medicações de suporte ou ajustes na dose, sem necessidade de parar o tratamento completamente.
Cirurgia torácica em São Paulo | Dra. Letícia Lauricella
O câncer de pulmão de não pequenas células apresenta diversas opções terapêuticas, que devem ser
cuidadosamente avaliadas para cada paciente. A evolução das terapias-alvo e da imunoterapia tem proporcionado melhores prognósticos e qualidade de vida. É essencial que pacientes diagnosticados com CPNPC consultem uma equipe médica especializada para definir o plano de tratamento mais adequado. Você já conversou com seu médico sobre as opções disponíveis para o seu caso?
Se você está em busca de um especialista em cirurgia torácica, sou a
Dra. Leticia Lauricella, formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), sendo a primeira mulher contratada como assistente do grupo de Cirurgia Torácica da FMUSP. Atuo em hospitais em São Paulo, meu objetivo é oferecer aos pacientes as
opções mais avançadas e eficazes de tratamento, ao mesmo tempo em que busca contribuir para o avanço da ciência médica por meio da pesquisa. Para mais informações navegue no
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