Cirurgia robótica no tratamento da síndrome do desfiladeiro torácico

Letícia Lauricella • July 15, 2025

A síndrome do desfiladeiro torácico é uma condição que pode afetar de maneira significativa a qualidade de vida dos pacientes, causando dor, formigamento e fraqueza nos membros superiores. Quando o tratamento clínico não é suficiente, a cirurgia pode ser indicada — e a cirurgia robótica surge como uma alternativa inovadora e eficaz.


Neste artigo, você vai entender o que é a síndrome do desfiladeiro torácico, quais são os avanços no seu tratamento e como a cirurgia robótica tem se destacado como uma excelente opção.
Continue a leitura para saber mais.


O que é a síndrome do desfiladeiro torácico?


A síndrome do desfiladeiro torácico é uma condição causada pela
compressão dos nervos, veias ou artérias que atravessam a região entre a clavícula e a primeira costela, conhecida como "desfiladeiro torácico". Essa compressão pode afetar o fluxo sanguíneo e a condução nervosa, provocando uma série de sintomas que comprometem a qualidade de vida.

A figura abaixo mostra as relações anatômicas entre as estruturas que passam na região do desfiladeiro torácico.



Existem três principais formas da síndrome:


Forma neurológica:
Causada pela compressão dos nervos do plexo braquial.

Forma venosa: Relacionada à compressão da veia subclávia. 

Forma arterial: Resultante da compressão da artéria subclávia, sendo mais rara, mas com potencial para complicações mais graves.


Sintomas da síndrome do desfiladeiro torácico


Os sinais e sintomas variam conforme o tipo de estrutura comprimida, mas geralmente incluem:


  • Dormência e formigamento nos braços e mãos;
  • Sensação de fraqueza muscular nos braços;
  • Dor na região do ombro, pescoço ou nos membros superiores;
  • Inchaço ou alterações na cor das mãos (mais comum nas formas vasculares);
  • Aparecimento de varizes nos braços (na forma venosa)
  • Sensação de peso nos braços, especialmente após atividades físicas, movimentos repetitivos ou elevação dos braços;
  • Trombose venosa profunda nos membros superiores (na forma venosa).


O reconhecimento precoce dos sintomas é fundamental
para evitar a progressão do quadro e permitir a escolha da melhor abordagem terapêutica.


Porque ocorre o desfiladeiro torácico?


A síndrome do desfiladeiro torácico ocorre quando há compressão — ou sensação de compressão — de nervos, artérias ou veias na região entre o pescoço e o tórax, conhecida como desfiladeiro torácico. Suas causas podem incluir alterações anatômicas, como a presença de
costela cervical, músculos hipertrofiados ou bandas fibrosas, além de traumas, má postura, movimentos repetitivos e fatores congênitos. No entanto, existem também os casos chamados de “desfiladeiro sintomático”, em que o paciente apresenta dor, formigamento ou desconforto típico da síndrome, mesmo sem evidência clara de compressão de estruturas no exame de imagem. Isso torna o diagnóstico mais desafiador e reforça a importância de uma avaliação clínica cuidadosa.


Quando o tratamento cirúrgico é indicado?


Em grande parte dos casos, a síndrome do desfiladeiro torácico é inicialmente manejada com medidas conservadoras, como fisioterapia, reeducação postural e medicamentos para alívio da dor. A cirurgia passa a ser considerada quando:


  • Não há melhora significativa mesmo após meses de tratamento clínico bem conduzido;
  • A compressão vascular é grave, aumentando o risco de complicações como trombose ou embolia;
  • Os sintomas neurológicos são persistentes e prejudicam de forma significativa as atividades diárias e a qualidade de vida.


Nessas situações, o objetivo da cirurgia é
descomprimir as estruturas afetadas, aliviando os sintomas e permitindo que o paciente retome suas atividades com mais conforto e segurança.


O que é a cirurgia robótica no tratamento da síndrome do desfiladeiro torácico?


A cirurgia robótica é uma técnica moderna e minimamente invasiva que utiliza
braços robóticos controlados diretamente pelo cirurgião. Esses braços oferecem uma visão tridimensional ampliada do campo operatório e realizam movimentos extremamente delicados, com uma precisão superior à da cirurgia manual.


No tratamento da síndrome do desfiladeiro torácico, a cirurgia robótica proporciona:


  1. Acesso mais preciso à região dos desfiladeiro torácico, facilitando a retirada da,primeira costela e/ou costela cervical;
  2. Menor agressão aos tecidos adjacentes;
  3. Redução dos riscos de complicações;
  4. Recuperação mais rápida em comparação às técnicas tradicionais abertas.


Essas características tornam a cirurgia robótica uma opção muito interessante para casos selecionados.


Principais benefícios da cirurgia robótica para a síndrome do desfiladeiro torácico


A adoção da cirurgia robótica traz uma série de benefícios quando comparada aos métodos tradicionais:


Alta precisão cirúrgica:
A visão em 3D e a delicadeza dos movimentos protegem nervos, artérias e veias;
Menos dor no pós-operatório:
A técnica minimamente invasiva reduz a necessidade de analgésicos;
Cicatrizes discretas:
As pequenas incisões proporcionam um resultado estético mais satisfatório;
Recuperação mais rápida:
O paciente pode retornar às suas atividades habituais com menor tempo de reabilitação;
Menor risco de complicações:
Menores taxas de sangramento, infecção e lesões inadvertidas.


Esses benefícios reforçam a cirurgia robótica como uma alternativa moderna e segura para o tratamento da síndrome do desfiladeiro torácico.


Como é realizada a cirurgia robótica para a síndrome do desfiladeiro torácico?


O procedimento segue algumas etapas fundamentais.


O paciente é submetido à
anestesia geral; então pequenas incisões são feitas para a introdução dos braços robóticos. Em seguida o cirurgião opera a partir de uma plataforma de controle, com visão ampliada da área; as estruturas comprimidas são liberadas, podendo envolver a ressecção da primeira costela. Por fim, as incisões são fechadas de forma delicada, minimizando o impacto sobre os tecidos.


Todo o procedimento é realizado por uma
equipe especializada, garantindo máxima segurança durante a cirurgia.


Qual é a recuperação após a cirurgia robótica?


Após a cirurgia robótica para síndrome do desfiladeiro torácico, o paciente geralmente permanece hospitalizado por
1 a 2 dias para monitoramento. A recuperação costuma ser rápida, e a retomada de atividades leves pode ocorrer dentro de algumas semanas.


Entre os cuidados recomendados estão:


  • Realização de fisioterapia para fortalecimento e reabilitação muscular;
  • Controle rigoroso da dor e observação dos sinais de cicatrização;
  • Retorno gradual às atividades físicas, sempre sob orientação da equipe médica.


Cada paciente evolui de maneira diferente, e
o acompanhamento regular é essencial para garantir uma recuperação segura e completa.


Quem pode se beneficiar da cirurgia robótica para síndrome do desfiladeiro torácico?


A cirurgia robótica pode ser uma excelente opção para quem enfrenta a síndrome do desfiladeiro torácico e
não encontrou alívio com tratamentos convencionais.


Ela é especialmente indicada nos seguintes casos:


  • Quando não há melhora significativa com fisioterapia e medicamentos;
  • Quando há compressão importante de vasos sanguíneos, o que pode trazer riscos mais graves, ou;
  • Quando há necessidade de retirar a primeira costela, de forma segura e precisa.


Mas nem todo caso precisa de cirurgia. Por isso, é fundamental uma avaliação criteriosa, feita por um
cirurgião torácico experiente em técnicas minimamente invasivas.


Esse profissional vai analisar o quadro completo e indicar o melhor caminho para o tratamento, respeitando sempre as necessidades individuais de cada paciente.


Perguntas frequentes


  • O que a síndrome do desfiladeiro torácico provoca?

    A síndrome do desfiladeiro torácico causa dor, formigamento, fraqueza nos braços e mãos, além de possíveis alterações vasculares, como inchaço e mudança de cor nas extremidades.

  • Como aliviar a síndrome do desfiladeiro torácico?

    O tratamento inicial envolve fisioterapia, correção postural, analgésicos e mudanças no estilo de vida para reduzir a compressão sobre os nervos e vasos.


  • Qual médico cuida da síndrome do desfiladeiro torácico?

    O especialista que cuida da síndrome do desfiladeiro torácico é o cirurgião torácico, com apoio de equipes de fisioterapia e, em alguns casos, angiologistas.

  • Como é feita a cirurgia do desfiladeiro torácico?

    A cirurgia pode ser feita por abordagem aberta, videotoracoscópica ou robótica, com pequenas incisões, visão 3D e movimentos de alta precisão para reduzir o trauma cirúrgico.

  • O que é a cirurgia robótica no tratamento da síndrome do desfiladeiro torácico?

    É uma técnica minimamente invasiva que utiliza braços robóticos controlados por um cirurgião para liberar estruturas comprimidas na região torácica com alta precisão e segurança.

  • Quando a cirurgia robótica é indicada para a síndrome do desfiladeiro torácico?

    A cirurgia é indicada quando o tratamento clínico não apresenta resultados satisfatórios, há compressão vascular grave ou os sintomas neurológicos comprometem a qualidade de vida.

  • Quais são os principais benefícios da cirurgia robótica para essa síndrome?

    Entre os benefícios estão menor dor pós-operatória, recuperação mais rápida, incisões menores, menor risco de complicações e maior precisão na liberação das estruturas comprimidas.

  • A cirurgia robótica é segura para tratar a síndrome do desfiladeiro torácico?

    Sim. Quando realizada por equipes experientes, a cirurgia robótica oferece alta segurança, com menor risco de sangramentos, infecções e lesões inadvertidas.

  • Qual é o tempo de recuperação após a cirurgia robótica?

    A maioria dos pacientes retorna a atividades leves em poucas semanas, com melhora progressiva dos sintomas e retorno gradual à rotina conforme orientação médica.

  • A cirurgia robótica deixa cicatrizes?

    Deixa apenas pequenas cicatrizes, geralmente discretas, já que a técnica utiliza incisões menores do que as cirurgias abertas tradicionais.


  • Todo paciente com síndrome do desfiladeiro torácico precisa de cirurgia robótica?

    Não. A cirurgia é indicada apenas em casos selecionados, quando o tratamento conservador não é eficaz ou há riscos associados à compressão vascular.

  • A cirurgia robótica reduz o risco de lesão nos nervos durante o tratamento da síndrome do desfiladeiro torácico?

    Sim. A alta precisão e a visão ampliada da cirurgia robótica ajudam a proteger os nervos do plexo braquial, reduzindo o risco de lesões durante a liberação das estruturas comprimidas.

  • Existe diferença no tempo de hospitalização entre a cirurgia robótica e a cirurgia aberta para essa síndrome?

    Sim. Pacientes operados por cirurgia robótica geralmente têm um tempo de internação menor, permanecendo de 1 a 2 dias no hospital, enquanto a cirurgia aberta pode exigir estadias mais prolongadas.

  • Pacientes que já passaram por cirurgia aberta podem realizar cirurgia robótica em caso de recidiva da síndrome?

    Depende do caso. Em algumas situações, a cirurgia robótica pode ser utilizada para reoperações, mas a decisão deve ser baseada na avaliação individual do paciente.

  • A cirurgia robótica diminui o risco de recidiva da síndrome do desfiladeiro torácico?

    A precisão na liberação das estruturas comprimidas pode reduzir o risco de recidiva, mas o sucesso a longo prazo também depende da correta indicação cirúrgica e do acompanhamento pós-operatório.


Cirurgia torácica Robótica em São Paulo | Dra. Letícia Lauricella


A síndrome do desfiladeiro torácico pode exigir cirurgia em casos onde as abordagens conservadoras não são suficientes. A cirurgia robótica tem se mostrado uma opção
moderna, segura e eficiente para resolver a compressão das estruturas torácicas, oferecendo benefícios como menor dor, melhor recuperação e melhores resultados estéticos. Se você foi diagnosticado com essa condição ou apresenta sintomas sugestivos, é essencial buscar avaliação com um especialista experiente.


Se você está em busca de um especialista em cirurgia torácica, conheça a
Dra. Leticia Lauricella, formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), sendo a primeira mulher contratada como assistente do grupo de Cirurgia Torácica da FMUSP. Atuando em hospitais em São Paulo, a Dra. Leticia tem o objetivo de oferecer aos pacientes as opções mais avançadas e eficazes de tratamento, ao mesmo tempo em que busca contribuir para o avanço da ciência médica por meio da pesquisa. Para mais informações navegue no site ou para agendar uma consulta clique aqui.


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