Cirurgia no pulmão dói? Saiba como reduzir a dor no pós-operatório
A pergunta "cirurgia no pulmão dói?" é comum entre pacientes que precisam passar por procedimentos torácicos. Embora a cirurgia pulmonar possa causar desconforto no pós-operatório, avanços médicos e técnicas de manejo da dor têm tornado a recuperação mais confortável.
Neste artigo, entenda o que pode causar dor após a cirurgia pulmonar, os fatores que influenciam sua intensidade e as estratégias eficazes para aliviá-la, proporcionando uma
recuperação mais tranquila e segura ao paciente.
Por que pode haver dor depois da cirurgia no pulmão?
Durante a cirurgia pulmonar, é necessário acessar a cavidade torácica por meio de
cortes
na pele e nos músculos entre as costelas, através dos espaços intercostais. Esses espaços são estreitos, e abaixo de cada costela passa o
nervo intercostal, que é responsável pela sensibilidade da parede torácica. A
manipulação dos tecidos nesse espaço pode comprimir o nervo intercostal, gerando dor e desconforto. Outro motivo para dor é a colocação de drenos no pós-operatório, que também ficam posicionados no espaço intercostal.
Quais são os tipos de dor que podem surgir?
Dor aguda: É mais comum nos primeiros dias após o procedimento e costuma ser bem controlada com analgésicos simples.
Dor neuropática: Surge quando há envolvimento direto dos nervos. Pode causar sensações como queimação, formigamento ou dor em fisgada.
Dor crônica: Menos frequente, pode persistir por semanas ou até meses. Requer avaliação específica e abordagem individualizada para controle adequado.
O que influencia na intensidade da dor?
Técnica cirúrgica utilizada
Procedimentos menos invasivos, como a
videotoracoscopia ou a cirurgia robótica, tendem a provocar menos dor do que técnicas tradicionais com incisões maiores, como a toracotomia. Na cirurgia minimamente invasiva, a manipulação do espaço intercostal é menor, reduzindo o risco de lesões aos nervos intercostais. Já na toracotomia, há necessidade de afastamento das costelas, e para isso o espaço intercostal é alargado com o uso de aparelhos que comprimem o nervo intercostal.
Drenos torácicos
Os drenos são fundamentais no controle de fluidos e fístulas aéreas
após a cirurgia, mas podem causar desconforto enquanto permanecem instalados. A sensibilidade costuma melhorar após sua remoção.
Limiar individual
A resposta à dor tem um componente individual importante, com algumas pessoas tendo um limiar mais baixo, sendo portanto, mais suscetíveis à dor. O limiar individual de dor é influenciado por fatores biológicos, psicológicos e sociais. Características genéticas, experiências prévias com dor, estado emocional, presença de ansiedade ou depressão e até expectativas em relação ao pós-operatório podem modificar a percepção dolorosa. No contexto da cirurgia pulmonar, essas diferenças significam que estímulos semelhantes — como a incisão cirúrgica ou a manipulação costal — podem gerar respostas muito distintas, desde desconforto leve até dor intensa e incapacitante. Reconhecer essa variabilidade é essencial para a abordagem individualizada do manejo da dor, permitindo ajustar analgesia, intervenções não farmacológicas e acompanhamento de forma a melhorar a recuperação funcional e a qualidade de vida do paciente.
Como aliviar a dor após a cirurgia pulmonar?
- Analgésicos e anti-inflamatórios
A dor costuma ser bem controlada com o uso de medicamentos. Entre os mais usados estão dipirona, paracetamol, anti-inflamatórios não hormonais e, quando necessário, opióides em doses ajustadas. A escolha depende do
perfil do paciente e da intensidade da dor.
2. Bloqueios anestésicos
Rotineiramente, em cirurgia torácica, usamos bloqueios regionais — como os bloqueios intercostais, bloqueio do músculo eretor da espinha ou a analgesia epidural antes ou ao final da cirurgia. Essas técnicas aliviam a dor diretamente na região operada e são aplicadas por anestesistas especializados. Muito comumente também usamos catéteres de analgesia controlada pelo paciente ou PCA (patient controlled analgesia), que é um método em que o paciente pode apertar um botão para liberar pequenas doses de remédio para dor diretamente na veia, na musculatura da parede torácica ou no espaço peridural, de forma segura e controlada.

3. Fisioterapia respiratória
Os exercícios guiados por fisioterapeutas ajudam a
expandir o pulmão, prevenir complicações e aliviar a dor provocada pela respiração curta ou superficial. Além disso, favorecem a retomada da capacidade funcional com mais segurança.
4. Técnicas de relaxamento
Recursos como respiração profunda, meditação guiada e relaxamento muscular progressivo são aliados importantes no controle da dor, principalmente quando há ansiedade associada. Incorporá-los à rotina pode trazer mais conforto emocional e físico.
Cuidados no pós-operatório para ajudar no controle da dor
Algumas atitudes simples durante a recuperação fazem diferença na redução da dor e na prevenção de complicações.
- Movimentar-se o quanto antes
Levantar da cama e caminhar, mesmo que por poucos minutos, já nos primeiros dias após a cirurgia, ajuda a melhorar a circulação, evita rigidez muscular e contribui para uma recuperação mais rápida.
- Cuidar bem da ferida cirúrgica
Manter o curativo limpo e seco, seguindo as orientações da equipe médica, é fundamental para evitar infecções — que podem intensificar a dor e atrasar a cicatrização.
- Alimentar-se de forma equilibrada
Uma boa nutrição fortalece o organismo, favorece a regeneração dos tecidos e ajuda a manter a energia necessária para o corpo se recuperar.
- Evitar esforços em excesso
Durante o pós-operatório, respeitar os limites do corpo é essencial. Atividades físicas intensas devem ser evitadas para não gerar dor ou interferir no processo de cicatrização.
Você também pode se interessar pelo conteúdo:
Quando é hora de procurar o médico?
Nem toda dor no pós-operatório é sinal de alerta, mas é
importante prestar atenção a alguns sinais. Procure o cirurgião se:
- A dor estiver muito forte ou não melhorar com a medicação;
- Houver febre persistente;
- Você sentir falta de ar ou dificuldade para respirar;
- Surgirem secreções, vermelhidão ou inchaço na ferida.
Esses sintomas podem indicar alguma intercorrência e precisam ser
avaliados com atenção
para garantir uma recuperação tranquila.
Perguntas frequentes
Cirurgia no pulmão dói?
Sim, é comum sentir dor após uma cirurgia pulmonar, principalmente nos primeiros dias. No entanto, existem diversas estratégias médicas eficazes para controlar esse desconforto e tornar a recuperação mais tranquila.
Por que a cirurgia no pulmão causa dor?
A dor ocorre principalmente devido às incisões na parede torácica, à manipulação dos tecidos e à presença de drenos, além de possíveis lesões em nervos intercostais durante o procedimento.
Quanto tempo dura a dor após a cirurgia no pulmão?
A dor aguda geralmente dura de 3 a 7 dias. Em alguns casos, pode haver dor residual por semanas ou meses, principalmente se houver envolvimento de nervos.
Toda cirurgia pulmonar causa a mesma intensidade de dor?
Não. Cirurgias minimamente invasivas, como a videotoracoscopia ou a cirurgia robótica, tendem a causar menos dor do que procedimentos abertos, como a toracotomia.
Quais medicamentos são usados para aliviar a dor após cirurgia pulmonar?
Os mais comuns são analgésicos simples, anti-inflamatórios e, em alguns casos, opióides. Em muitas cirurgias torácicas bloqueios anestésicos regionais são utilizados..
É normal sentir dor ao respirar após a cirurgia no pulmão?
Sim, mas ela deve ser controlada com a medicação adequada. A dor ao respirar é esperada nos primeiros dias e pode ser amenizada com fisioterapia respiratória.
O que pode piorar a dor após a cirurgia?
Infecções, esforço físico precoce, mau posicionamento ao dormir ou descuido com a ferida cirúrgica podem intensificar a dor e atrasar a recuperação.
Fisioterapia ajuda a reduzir a dor no pós-operatório pulmonar?
Sim. A fisioterapia respiratória contribui para a expansão pulmonar, melhora a oxigenação e ajuda no controle da dor associada à respiração superficial.
Como saber se a dor é normal ou sinal de complicação após a cirurgia?
A dor controlável e localizada na área da cirurgia é esperada. Mas dor intensa, associada a febre, secreção na ferida ou falta de ar pode indicar complicações e deve ser avaliada.
Cirurgia torácica em São Paulo | Dra. Letícia Lauricella
Embora a cirurgia no pulmão possa causar dor no pós-operatório, existem diversas estratégias eficazes para
controlá-la e promover uma recuperação mais confortável. A escolha da técnica cirúrgica, o uso adequado de analgésicos, a fisioterapia respiratória e os cuidados no pós-operatório desempenham papéis fundamentais nesse processo.
Se você está se preparando para uma cirurgia pulmonar ou conhece alguém nessa situação, compartilhe este artigo.
Quais são seus receios sobre a cirurgia no pulmão?
Se você está em busca de um especialista em cirurgia torácica, sou a
Dra. Leticia Lauricella, formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), sendo a primeira mulher contratada como assistente do grupo de Cirurgia Torácica da FMUSP. Atuo em hospitais em São Paulo, e meu objetivo é oferecer aos meus pacientes as
opções mais avançadas e eficazes de tratamento, ao mesmo tempo em que busco contribuir para o avanço da ciência médica por meio da pesquisa. Para mais informações navegue no meu
site ou para
agendar uma consulta clique aqui.
E continue acompanhando a central educativa para mais conteúdos relacionados à saúde.