Cirurgia para tuberculose: Quando é necessária e como funciona

Letícia Lauricella • June 17, 2025

A tuberculose é uma doença infecciosa que afeta principalmente os pulmões e, em alguns casos, pode exigir intervenção cirúrgica como parte do tratamento. Embora o tratamento padrão envolva medicamentos, a cirurgia para tuberculose é indicada em situações específicas.


Neste artigo, você encontrará informações sobre quando a cirurgia é necessária e como funciona.
Continue a leitura.


O que é a cirurgia para tuberculose?


A cirurgia para tuberculose é indicada em casos onde o tratamento medicamentoso não é suficiente para controlar a doença ou quando surgem complicações graves. Entre os principais procedimentos estão:


Ressecção pulmonar:
Remoção de parte ou de todo o pulmão comprometido pela infecção.
Drenagem de abscessos:
Realizada para remover acúmulos de pus causados por infecções secundárias.
Tratamento de cavitações:
Intervenção para eliminar áreas do pulmão gravemente lesionadas e que não respondem a outras abordagens.


O foco da cirurgia é prevenir complicações graves, melhorar os sintomas e contribuir para a recuperação do paciente, promovendo uma
melhor qualidade de vida.


Quando a cirurgia para tuberculose é necessária?


A cirurgia é considerada uma opção terapêutica em situações específicas, como:


  1. Resistência a medicamentos: Indicada em casos de tuberculose multirresistente, quando os medicamentos não conseguem controlar a infecção.
  2. Complicações graves: Como hemoptise intensa (sangramento significativo das vias aéreas) ou a presença de fístulas broncopleurais.
  3. Cavitações extensas: Áreas pulmonares gravemente afetadas que permanecem como foco da bactéria mesmo após tratamento clínico.
  4. Prevenção de recorrências: Em pacientes com alto risco de recidiva da doença.
  5. Tuberculose extrapulmonar: Quando a infecção afeta outras regiões do corpo, como pleura, coluna vertebral ou ossos.
  6. Bronquiectasias: Uma sequela muito comum da tuberculose é o surgimento de dilatações permanentes dos brônquios, resultando em acúmulo de secreções, infecções recorrentes e sintomas respiratórios crônicos mesmo após o tratamento da infecção ativa
  7. Estenose brônquica: Ocorre quando o processo inflamatório ou cicatricial causado pela infecção leva ao estreitamento das vias aéreas, dificultando a passagem do ar e podendo causar sintomas como chiado, tosse persistente e falta de ar.


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cirurgia é indicada em aproximadamente
5% dos casos de tuberculose resistente, buscando melhorar os resultados terapêuticos e prevenir complicações futuras.


Como a cirurgia é realizada?


O tipo de procedimento cirúrgico varia conforme a gravidade e localização da tuberculose no organismo.


Procedimentos mais comuns


Lobectomia:
Retirada de um lobo do pulmão, indicada para áreas afetadas localizadas.
Pneumonectomia:
Remoção total de um pulmão, necessária em casos de destruição extensa ou doença irreversível.
Decorticação:
Remoção de camadas de tecido infectado na pleura, permitindo a recuperação da função pulmonar.
Drenagem de abscessos ou empiema:
Procedimento para evacuar líquidos acumulados no espaço pleural devido a infecções.
Dilatação brônquica ou bronquioplastias:
Indicada para o tratamento de estenoses brônquicas com o objetivo de recuperar o diâmetro do brônquio e melhorar a passagem de ar para os pulmões.


Técnicas utilizadas


  • Cirurgia aberta: Requer uma abordagem ampla e é indicada para casos complexos que necessitam de maior visualização e acesso às estruturas afetadas.
  • Cirurgias minimamente invasivas: Realizada por meio de toracoscopia assistida por vídeo (VATS) ou cirurgia robótica, proporciona menor tempo de recuperação e reduz os riscos associados à cirurgia.


O procedimento é realizado sob
anestesia geral e requer internação hospitalar para monitoramento e cuidados pós-operatórios. A escolha da técnica e do método depende da condição específica de cada paciente.


Benefícios da cirurgia para tuberculose


Apesar de ser uma abordagem mais invasiva, a cirurgia pode oferecer resultados expressivos em determinadas situações, como:


Controle da infecção


A remoção de áreas infectadas
elimina reservatórios de bactérias resistentes, contribuindo para a eficácia do tratamento.


Prevenção de complicações graves


Reduz o risco
de hemoptise severa, infecções recorrentes e outras condições associadas à progressão da tuberculose.


Melhora na qualidade de vida


Alivia sintomas persistentes
, como falta de ar, e restaura parte da função pulmonar, favorecendo o bem-estar geral do paciente.


Perguntas frequentes


Tem cirurgia para tuberculose?

Sim, a cirurgia para tuberculose é realizada em casos específicos, como resistência a medicamentos, complicações graves ou para remoção de áreas pulmonares danificadas.


Quando a cirurgia para tuberculose é indicada?

A cirurgia é indicada em casos de tuberculose resistente a medicamentos, complicações graves como hemoptise, cavitações extensas ou doença extrapulmonar que não respondem ao tratamento clínico.


A cirurgia para tuberculose é segura?

Embora seja um procedimento invasivo, a cirurgia é considerada segura quando realizada por equipes especializadas. Os avanços nas técnicas cirúrgicas reduziram significativamente os riscos.


Todos os pacientes com tuberculose precisam de cirurgia?

Não. Apenas uma pequena porcentagem (até 5%) dos pacientes com tuberculose apresenta indicações cirúrgicas, geralmente devido a complicações graves ou resistência medicamentosa.


Quais são os tipos de cirurgia para tuberculose?

Os procedimentos mais comuns incluem lobectomia, pneumonectomia, decorticação pleural e drenagem de abscessos ou empiemas.


Quanto tempo dura a cirurgia para tuberculose?

A duração da cirurgia pode variar de 2 a 6 horas, dependendo da complexidade do caso e do tipo de intervenção necessária.


A cirurgia elimina completamente a tuberculose?

A cirurgia pode remover áreas infectadas e reduzir o número de bactérias resistentes, mas deve ser combinada com tratamento medicamentoso para garantir a cura.


Quais cuidados pré-operatórios são necessários antes da cirurgia para tuberculose?

Os pacientes devem realizar exames de função pulmonar, avaliação cardiológica e iniciar reabilitação respiratória, se necessário, para garantir condições adequadas para o procedimento.


O que acontece se a cirurgia para tuberculose não for realizada em casos indicados?

A falta de intervenção pode levar a complicações graves, como disseminação da infecção, insuficiência respiratória ou aumento do risco de óbito em casos avançados.


Pacientes com doenças crônicas podem se submeter à cirurgia para tuberculose?

Sim, mas é necessário um planejamento cuidadoso, com controle prévio das condições clínicas, como diabetes, hipertensão ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).


A cirurgia para tuberculose é uma solução definitiva?

Não necessariamente. Embora remova as áreas infectadas, é crucial continuar o tratamento medicamentoso e o acompanhamento para evitar recidivas.


Cirurgia torácica em São Paulo | Dra. Letícia Lauricella


A cirurgia para tuberculose é uma alternativa eficaz em situações específicas, quando o tratamento convencional não é suficiente para controlar a doença. Com avanços nas técnicas e cuidados pós-operatórios,
as chances de sucesso são altas, proporcionando aos pacientes uma melhora significativa na qualidade de vida.


Se você ou alguém que conhece enfrenta desafios no tratamento da tuberculose,
procure um especialista para discutir todas as opções disponíveis.


Se você está em busca de um especialista em cirurgia torácica, conheça a
Dra. Leticia Lauricella, formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), sendo a primeira mulher contratada como assistente do grupo de Cirurgia Torácica da FMUSP. Atuando em hospitais em São Paulo, a Dra. Leticia tem o objetivo de oferecer aos pacientes as opções mais avançadas e eficazes de tratamento, ao mesmo tempo em que busca contribuir para o avanço da ciência médica por meio da pesquisa. Para mais informações navegue no site ou para agendar uma consulta clique aqui.


E continue acompanhando a central educativa para mais conteúdos relacionados à saúde.

Agende uma consulta

Utilize o elemento do Doctoralia ao lado para agendar sua consulta com a Dra. Leticia Lauricella.

Leticia Lauricella - Doctoralia.com.br

Continue aprendendo

Confira mais conteúdo educativo

tuberculose tem cura
By Letícia Lauricella June 24, 2025
Afinal, tuberculose tem cura? Saiba como o tratamento funciona, os cuidados essenciais e como prevenir complicações.
cisto pericárdico
By Letícia Lauricella June 10, 2025
Cisto pericárdico: Entenda o que é, os principais sintomas e opções de tratamento. Conheça as causas e quando é necessária intervenção médica.
câncer de pulmão de células pequenas
By Letícia Lauricella June 2, 2025
Entenda o que é o câncer de pulmão de células pequenas, seus sintomas, diagnóstico e opções de tratamento.
cirurgia torácica tempo recuperação
By Letícia Lauricella April 28, 2025
Entenda sobre o tempo de recuperação e os cuidados no pós-operatório da cirurgia torácica.
miastenia gravis e timectomia
By Letícia Lauricella April 23, 2025
Como a timectomia pode ser uma opção eficaz no tratamento da miastenia gravis? Descubra agora.
miastenia gravis e timoma
By Letícia Lauricella April 8, 2025
Como a miastenia gravis e timoma se relacionam? Estima-se que cerca de 10% a 15% dos pacientes com miastenia gravis também apresentem um timoma.
tumor carcinoide
By Letícia Lauricella April 7, 2025
Saiba sobre o tumor carcinoide, incluindo causas, sintomas, diagnóstico e tratamentos. Informações para ajudar na compreensão dessa condição.
cirurgia torácica é perigosa
By Letícia Lauricella March 4, 2025
Será que a cirurgia torácica é perigosa? Descubra a resposta para essa pergunta lendo esse conteúdo. Acesse o agora!
câncer de pulmão estágio 3
By Letícia Lauricella February 27, 2025
Entenda os tratamentos e perspectivas para o câncer de pulmão estágio 3. Leia agora!
Câncer de pulmão em não fumantes
By Letícia Lauricella February 25, 2025
Descubra sobre o câncer de pulmão em não fumantes: causas, fatores de risco, sintomas e mais.
Carregar mais